sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Ai as visitas!

-Por Cristina Baptista-

Ora aqui está um tema que suscitou (e continua a suscitar) a maior polémica entre os recém papás!
Visitas na maternidade? Em casa? Muita gente ao pé do bebé? Ai o apego e mimimi, ai que a prima fica zangada, é mesmo preciso desinfectar as mãos? Quem não teve tudo isto a flutuar na sua cabeça, que "atire a primeira chucha".
Como em tudo, moderação é a palavra chave! Nada de exageros, nem para um lado nem para o outro.
Cada um de nós terá o seu contexto e enquanto uns contam à partida com muitas visitas, outros já sabem que estão por sua conta. Quem está longe dos amigos e família (caso de algumas de nós), dificilmente será assolado por uma verdadeira "invasão". Quem está pertinho ou tem laços estreitos com muita gente (ou pessoas muito curiosas), estará mais vulnerável.
O ideal, para mim enquanto mãe e profissional de saúde, é que as visitas  na maternidade se façam em horários determinados e sejam apenas das pessoas mais chegadas (podem não ser necessariamente familiares). Por uma questão de organização da tríade familiar (mãe-pai-bebé), para que a mãe possa descansar e adaptar-se, para que o bebé tenha sossego e possa dormir, etc. Na maioria dos hospitais privados o regime de visitas é livre, enquanto nas maternidades públicas existem horários estipulados. Não ponho em questão que algumas de nós gostem de ter a família toda 24h por dia junto de si, ainda para mais num momento tão especial, mas não me parece que seja necessário ou promotor do bem estar numa recuperação do parto.

E se bem que algumas pessoas assumam preferir as visitas todas na maternidade para depois não as irem "importunar" em casa (sim, ouvi relatos extraordinários de visitas até altas horas da noite, sem respeito pelos horários do bebé ou pelo cansaço dos pais), acho que é sempre preferível limitar um pouco as visitas no hospital/maternidade e receber depois em casa. O que não quer também dizer que vá toda a gente a casa ao mesmo tempo (vulgo, no mesmo dia), nem que as visitas tenham de ser todas no dia em que a criança chega a casa.
São completamente dispensáveis quer em casa, quer na maternidade, visitas de pessoas que estejam doentes e que possam contaminar a mãe/pai/bebé. É isso mesmo, se a avó estiver constipada pode perfeitamente esperar 2 ou 3 dias para ver o/a neto/a - afinal a saúde é o mais importante e não a nossa satisfação individual. Em casos desesperados, usar uma máscara de protecção que se vende nas farmácias. Crianças muito pequenas (exceptuando os irmãos) também são visitantes dispensáveis, pois além de serem potenciais transmissores de doenças em incubação, sobretudo os que andam já na escolinha, muitas vezes não obtêm gratificação da visita. Quero com isto dizer que muitas vezes não percebem que é um bebé, não têm idade para compreender que é um primo, por exemplo, e podem passar grande parte do tempo a fazer os "disparates" próprios da idade. Um risco maior que o benefício.
As mãos devem estar bem lavadas, no mínimo. Desinfectadas se possível. Nada de beijinhos nas mãos do bebé! (porque os bebés depois levam-nas à boca...) Evitar levar flores e alimentos perecíveis para a maternidade é boa ideia. Também é simpático perguntar à mãe se prefere que saiam quando vai amamentar, tentar falar baixinho para não incomodar o bebé e prováveis vizinhos do lado, não usar perfumes fortes, não tirar fotos com flash da cara do bebé. E para os adeptos das novas tecnologias- evitar divulgar essas fotografias nas redes sociais sem o consentimento prévio dos pais...Sim. Acontece pois.
A minha experiência pessoal foi muito positiva. Tive a minha bebé no hospital em que ambos trabalhamos, por isso o nosso potencial "visitante" era quase ilimitado. Devo dizer e agradecer a todos que se portaram com distinção para a situação em específico, fazendo com que nos sentíssemos acarinhados, mas em simultâneo sem sermos assoberbados de visitas. Tive familiares próximos que foram, outros que não, amigos que foram e outros que não, colegas que lá estiveram e outros que não. Em casa recebemos vários amigos que foram espectaculares em tudo, que nos ajudaram, fizeram rir, com quem tivemos momentos de partilha e que nos respeitaram ao máximo.
E vocês? Quem já passou por isto quer contar-nos como foi a sua experiência? E com os irmãos dos bebés? Vamos ajudar os futuros papás!

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