sábado, 19 de julho de 2014

Amamentação e aleitamento - as nossas experiências #6

- Por: Sílvia Silva -

Sou mãe de 1ª viagem e, quer acreditem quer não, durante a gravidez o que me assustava mais não era o momento do parto mas antes a amamentação. No entanto, mal o meu pequenito nasceu e o colocaram na mama, ele mamou como se não houvesse amanhã durante 45 minutos, e fê-lo tão bem que parecia já ter muita experiência. Foi algo único e maravilhoso, mas também estranho. A única dificuldade que senti foram as dores nos mamilos durante o primeiro mês, depois correu tudo sempre muito bem.
Hoje o Rodrigo tem quase 5 meses e meio e ainda o amamento.
A amamentação é um dos momentos de que eu mais gosto, sinto-me tão ligada com o meu filhote como se fosse um outro cordão umbilical. Ainda hoje fico fascinada e encantada a vê-lo mamar.
Aconselho todas as mamãs a amamentar porque, para além de todos os benefícios para o bebé e para a mãe, é Lindo!

O que me ajudou na amamentação

Por Filipa Serrão 

Mais do que a experiência com a amamentação, que depende de inúmeros factores, mas sobretudo da mãe e do bebé e da capacidade em ultrapassar as dificuldades que surgem sempre, achei importante enumerar algumas coisas que contribuíram para que tivesse duas experiências bem sucedidas.

1. Amamentação em livre demanda. Não estabeleço horários. Da mesma forma que um adulto não tem de ter fome apenas de 3 em 3h, um bebé também não tem de ser um relógio. Por aqui sempre se mamou quando se tem fome, e não obrigatoriamente segundo um relógio estabelecido não sei bem por quem.

2. O bebé também não tem obrigatoriamente de comer em 10 minutos de cada lado. Nunca compreendi isso. Eu como devagar, o meu marido depressa. As minhas bebés comem ao seu ritmo. Se precisam de mamar ao longo de meia hora, assim seja. 

3. Primeiro mama um lado inteiro e só depois troco para o outro. O leite tem composições diferentes ao longo da mamada e o leite mais gordo está no final. Se troco o bebé de lado ao fim de x minutos, corro sérios riscos de lhe estar a dar apenas o leite do inicio, mais aguado, "feito" para matar a sede. Menos gordo, com menor potencial nutritivo. Arrisco afirmar que é por coisas destas que muitas vezes se recorre a suplementos porque o bebé não tem um aumento de peso satisfatório e não é de espantar. 

4. Nos primeiros dias acontece por vezes o peito encher demasiado porque ainda se está a adaptar às necessidades do bebé. Colocar o bebé a mamar será a forma mais rápida de esvaziar o peito e desfazer os caroços. Em alternativa usem a bomba ou água quente direccionada e massagens no duche. 

5. Não há leites fracos. É um mito. Mas existe sim em menor quantidade, que poderá ser insuficiente para as necessidades do bebé. Aumenta-se a produção bebendo água, carradas dela. Depois há suplementos como o Promil que dá uma ajuda (mas não faz milagres) e outras coisas no mercado. Mas o que faz milagres é a quantidade de água que se bebe. Às vezes o corpo não corresponde na adaptação da produção, sobretudo nos picos de crescimento. Quanto mais se colocar o bebé na mama, maior o estímulo para aumento da produção. 

6. Gretas e afins. Como contei num post anterior, com a Clara não tive, mas com a Isabel passei um mau bocado. O Purelan ajudou a cicatrizar. Usei as conchas da medela para deixar arejar o peito. Mas mesmo assim, como ela mamava todo o dia, o peito não estava a ter tempo de regenerar. Tive de usar pela primeira vez mamilos de silicone porque as dores eram excruciantes. Dois dias foi suficiente e não causou qualquer confusão na bebé que mamava de igual forma com e sem eles. Bem como sempre usou chucha e nunca mamou pior por isso. 

7. Sempre saí com as minhas filhas sem olhar a horas, sendo habitual ter de alimentá-las onde estivesse. Comprei um avental de amamentação que me resolveu muitos pudores! Mas deixo a dica: uma fralda maior ou um pedaço de tecido, uma fita e duas molas e o efeito é o mesmo ;)

8. Há um apoio muito útil que dá pelo nome de SOS Amamentação, com conselheiras de aleitamento materno disponíveis 24h/dia. Os contactos estão todos no site www.sosamamentacao.org e muitas vão a casa ajudar. São uma ajuda preciosa! 

9. Last but not least: paciência e calma. Os bebés crescem e vão deixar de adormecer na mama, vão passar a demorar menos a mamar, o corpo vai adaptar a produção, os mamilos vão finalmente calejar e tudo se vai resolver. Depois de dois meses [para quem quiser mesmo fazê-lo porque é lícito achar que não!] estarão "profissionais" no assunto. E não oiçam os "bitaites" de que o bebé está com fome, o leite é fraco, não presta, e todas as restantes pérolas que as pessoas (especialmente outras mães) adoram dizer. Os bebés choram porque não sabem falar, é a sua forma de comunicar. E quando choram pode ser por 1001 razões, não necessariamente por fome. São comentários dispensáveis que só causam inseguranças nas recém-mamãs. 

Ninguém conhece melhor o nosso bebé do que nós e acredito que todas fazemos o melhor que sabemos. Mas quando precisamos de ajuda não temos de ter vergonha de a pedir e procurar. Muitas de nós já sentiram as mesmas dificuldades e decerto poderemos, ao menos, tentar ajudar :)

Amamentação e aleitamento - as nossas experiências #5

- Por Cristina Baptista-

Sou enfermeira, trabalho numa Unidade de Neonatologia com bebés, estou a terminar a especialização em Saúde Materna e Obstetrícia. Parte significativa do meu trabalho é ajudar as mães que querem amamentar e/ou aleitar a fazê-lo da forma mais correcta e confortável para ambos. Nunca me preocupei minimamente com o assunto "dar de mamar". Estava convicta de que era o que queria e de que, com tantos recursos, não havia de ter dificuldade. 

Hã, hã...Parece que "em casa de ferreiro, espeto de pau" nunca teve melhor aplicação.

A minha filha nasceu antes do previsto e eu não tinha colostro absolutamente nenhum. Assim que nasceu, estimulei-a a mamar, mas ela, muito pequenina, sem forças, mal conseguia pegar a mama adormecia. Tentei todos os truques que sabia (e sei muitos!) e nada. Durante todo o tempo que estive na maternidade não tive mais do que umas gotitas que lhe oferecia satisfeita e (dado o baixo peso da criatura) fez suplementação com leite artificial por copo/seringa. Ainda assim, perdeu mais de 7% do peso corporal, mais do que é fisiológico.

Em casa começou a verdadeira saga. Esclareçamos: estão a ver a imagem da mãe tranquila e feliz a amamentar o seu anjinho semi-adormecido? Bem, digamos que a A. nem sequer sabia bem como havia de fazer para comer. É verdade. Nunca ninguém vos disse? Digo eu. Alguns bebés não sabem pegar na mama e há que ensiná-los, há que corrigir o modo como pegam, há que os estimular. A minha podia passar hooooooras a dormir sem comer se eu deixasse. E quando tinha de (ou por algum milagre queria) mamar, era um pandemónio. Nunca se costuma também dizer que pode doer muito ao início: e caramba, se doeu.

Parecia que tinha um diabinho da Tasmânia ao colo. Nem queria acreditar na forma como ela era capaz de se contorcer, de fugir... Tentava acalmá-la com mimos, e, assim que voltava a oferecer a mama, frustrada por não lhe conseguir pegar e não retirar qualquer produto após múltiplas tentativas, a minha pequenina berrava desalmadamente, mordia-me com as gengivas, eu sei lá...

Pensei que iria correr melhor após a subida de leite. Efetivamente, quase uma semana depois de ela ter nascido senti uma grande dor de cabeça durante o dia, et voilá! Tinha leite, muito leite! É agora, pensei eu!
Pois que não, estava tudo na mesma... Usei todas as artimanhas que conheço (mamilos de silicone, posicionamentos, expressão, etc), das mais ortodoxas às menos, e nada de a menina mamar com jeito. O leite acumulava-se, tinha as mamas duras como pedras e estava cheia de dores - passei horas de bomba na mão a tirar leite, no duche a retirar manualmente o que a bomba não conseguia, a tentar adaptar melhor a bebé. Apareceram as gretas, o sangue, pus Purelan, Gretalvite, Cicalfate, Bepantene. Só melhorou com os discos de hidrogel. Já disse que dói mesmo muito??? Comprei as conchas da Medela porque nem conseguia suportar o toque da roupa. Apliquei frio, apliquei calor e sim, ainda estive com as folhas de couve na mão.

Daí até perceber que tinha cada vez menos leite (ora se ela não mamava nada de jeito) foi um pulo. Tomei o Promil, bebia muita água e resultou. Mas o que fazer àquele leite todo??? A bomba não conseguia tirar, a bebé não mamava adequadamente. Veio uma bomba nova. Melhorou bastante. Já conseguia retirar mais leite para depois lhe poder dar. Continuei a insistir em corrigir-lhe a pega com muitas lágrimas pelo meio (minhas e dela). Ao fim de um mês de enooooorme persistência, desisti. Com plena consciência do que fiz. O momento da amamentação tinha-se tornado para ambas um sinónimo de desconforto, de terror, de dor. Há uma altura em que nos cai a ficha e pensamos: caramba, não devia ser assim! Foi com muito alívio (até porque já tinha pouquíssimo leite) que passei a dar exclusivamente leite artificial à minha bebé. A imagem ternurenta do bebé feliz que olhava para a sua mamã ao mamar materializou-se com um biberon. Acabou-se a "guerra", acabaram as horas de choro, acabou todo o mal estar. 


Continuo a ser 100% favorável à amamentação e pretendo voltar a tentar com um próximo filho, mas cada bebé é um bebé e neste caso em particular houve dificuldades inultrapassáveis para ambas (de outras ordens que não alimentares, também) e reconheço hoje que foi o melhor que poderia ter feito. Até há pouquíssimo tempo, a A. ainda tinha dificuldade em mamar no biberon fechando a boca em redor da tetina, o que fazia com que engolisse bastante ar. Imaginem o que acontecia na mama!

Penso que a persistência é algo inerente à amamentação, que não devemos desistir logo, porque, para a maioria, algumas dores e alguns dissabores fazem parte do processo. No entanto, há que perceber, avaliar, ponderar e procurar a ajuda de profissionais se o tempo passa e nada se resolve apesar de tentarmos tudo ao nosso alcance. Se calhar "não querias o suficiente", dirão algumas. Se calhar "não tentaste o suficiente", dirão outras. Não importa. Tenho a consciência tranquila. Sei que dei o meu melhor, que as mães não se "medem às mamas" e que a harmonia é essencial para o desenvolvimento de um bebé saudável. 
Palavra de mãe-enfermeira.

De volta ao trabalho!




- Por: Sandra Monteiro - 

Este post pode tornar-se longo, desde já as minhas desculpas pelo testamento.

Olá a todos/as! Hoje falarei aqui da minha experiência de como foi voltar ao trabalho. Tal aconteceu na passada quinta-feira... Mas, antes de falar disso, deixem-me voltar atrás uns anos, mais precisamente cerca de 5 anos. Quando tive o meu primeiro filho, o regresso ao trabalho foi tudo menos uma pêra doce. Antes de mais nada não foi fácil pensar que tinha que deixar o meu bebé tão pequenino nas mãos de alguém que não conhecia. Não ficou numa ama, ficou mesmo num berçário, fez os dias de adaptação, correu tudo muito bem, nunca chorou, aliás, ele e a irmã são uns verdadeiros escancarados, assim que vêem a educadora, vão logo para ela, sem choros, nem birras... o meu coração na altura é que ficou destroçado.

Era um misto de emoções, se por um lado sentia-me culpada por deixá-lo lá (qual depósito de bebés... sim, que os infantários podem ter muito bom ar e ter educadoras fantásticas, mas não passam de depósitos de bebés...), por outro lado, para bem da minha sanidade mental, precisava mesmo de ir trabalhar.
Porquê?
Porque precisava de dinheiro. Porque nunca tive capacidade para ser "mãe" e "dona de casa" a 100 %. Mesmo que um dia ganhe o totoloto, ou que tenha de estar em casa por um outro motivo, não conseguirei estar muito tempo, terei que arranjar algo para fazer, antes que dê em maluquinha...
Pronto, é agora que muitos me vão linchar de vez, mas a realidade é efectivamente esta. Preciso de fazer alguma coisa, de me sentir útil, de stressar, de ver e falar com pessoas... Gosto do que faço (faço apoio ao cliente numa grande empresa), em que o nível de stress bate todos os recordes, mas é isto! Preciso de trabalhar!

Quando voltei estava num outro departamento da empresa, quando algo de estranho aconteceu... e também não me vou alongar com muitas milongas, mas o que é certo é que, sem grandes razões, foi-me dado a entender que já não fazia parte daquela equipa e regressaria basicamente à estaca zero. Havia ainda a agravante de que me queriam por a aprender como se tivesse esquecido tudo o que já sabia até então. Fui aos arames! Estive grávida, fui mãe, mas não fiquei burra de repente! A prova disso é que, menos de uma semana depois, já ocupava o meu posto de trabalho... 

E conto esta história para chegar onde?
Quantas e quantas mães não passam por situações parecidas, se sentem de pés e mãos atados e apenas se limitam a aceitar, sem grandes escolhas? Isto é quando não perdem o próprio emprego, simplesmente porque decidiram ser mães!

Desta vez, nada disso aconteceu, apenas mudei o meu local de trabalho, passei a gastar mais tempo, mais dinheiro em transportes. Em jeito de compensação, estou num sitio fantástico, com o rio aos nossos pés, em que à hora de almoço posso inspirar-me dando pequenos passeios e expirar pequenos grandes momentos de tranquilidade...

Desta vez, Mea Culpa, não me senti culpada por deixar a Carolina aos cuidados da mesma educadora; sei que ela é uma pequena guerreira, e, quando ao fim do dia a vou buscar, o sorriso vale por todo o tempo perdido em transportes. Quando vou buscar o Vicente, aquela alegria esfuziante dele vale por tudo o resto.

Quero deixar aqui uma palavra de coragem a todas as mamãs que ainda estão em casa, umas porque estão desempregadas, outras que ainda estão a gozar o resto da licença, e para todas as outras mamãs; é muito difícil, mas tentem enfrentar esta guerra com unhas, dentes, com todas as vossas armas!

Um dia os vossos filhos vão agradecer-vos! Um bem-haja a todas! E continuem a ler este nosso cantinho!

Amamentação e aleitamento - as nossas experiências #4


- Por: Patrícia Oliveira -

Apesar de sempre ter tido vontade de amamentar, tentei nunca criar grandes ilusões, precisamente por ter a noção de que pode ser muito complicado e de que pode haver certos problemas com o bebé e/ou com a mãe que impossibilitem a amamentação.
Sabia que (quase) tudo era imprevisível, tanto no parto como antes e depois dele, e tentei mentalizar-me para as eventualidades ou para as surpresas. Um bom exemplo disso é ter comprado a bomba apenas na condição de a poder devolver no caso de eu não poder amamentar.

De qualquer forma, e também devido à minha inexperiência, decidi frequentar workshops e cursos sobre amamentação, falar com enfermeiros e médicos, falar com outras mães e ler bastante. Queria estar informada, até porque isso poderia facilitar a resolução de problemas. É certo que conheço mães que passaram por momentos complicadíssimos mesmo estando informadas (e que dizem que o que tinham aprendido não valeu de nada), mas também conheço outras que dizem que teria corrido tudo muito melhor se soubessem 'o que sabem hoje'.

Entretanto, e por recomendação de uma amiga, fui colocando Purelan (lanolina) todos os dias, nos 2 meses que antecederam a data prevista para o parto. Este creme hidrata os mamilos e previne a formação de gretas. Não sei se teve efeito ou se eu tive simplesmente sorte, mas a verdade é que não tive nenhum problema nem nenhuma dor na zona de aplicação do creme.
Também comprei as conchas da Medela para usar logo desde o início, de forma a que os mamilos pudessem arejar.

Nas horas a seguir ao parto, a adaptação foi um bocadinho estranha. Eu estava fraca e tinha dores, e a bebé era muito pequenina e estava sempre a dormir. Sugeriram que eu amamentasse deitada, e assim fiz, se bem que não me habituei à posição. No dia seguinte, a bebé teve que ser transferida para outra unidade, continuando eu internada no mesmo sítio. Eu não poderia estar com a minha filha durante a noite, e durante o dia apenas poderia deslocar-me lá acompanhada por uma funcionária do hospital, e teria que conjugar isso com os horários das minhas refeições (tentei sempre alimentar-me bem e beber muita água). Então tentei (juntamente com o meu marido) encontrar alternativas para amamentar e para estimular a produção de leite. Tinha ouvido histórias de pessoas que não conseguiram amamentar por terem passado por situações parecidas, e fiquei com receio. A verdade é que não houve apoio dos profissionais, ao contrário do que eu estava a contar. Não só não me ajudaram a encontrar alternativas, como desmotivaram e disseram que, numa situação daquelas, seria inevitável dar leite adaptado. Mesmo assim, fizemos um esforço e conseguimos que eu pudesse estar com a bebé de 3 em 3 horas para dar de mamar (de facto, estava quase sempre lá ou a caminho de lá, porque a bebé demorava em média 1h a mamar, eu demorava uma eternidade nas deslocações, por causa da distância e das dores, e tinha que esperar, na ida e no regresso, por alguém disponível para me acompanhar…  já para não falar das esperas durante as trocas de turnos) e que durante a noite uma funcionária levasse lá o leite que eu tirara 1 hora antes. Afinal, a bomba fez muito jeito!

Os momentos em que estávamos com a nossa filha eram deliciosos! Eram os nossos primeiros momentos a 3, e foi muito bom sentirmos que éramos uma família e que estaríamos sempre juntos, independentemente do que acontecesse.
Enquanto eu amamentava e ajudava a bebé a ficar com o nariz liberto para respirar (o que não era nada fácil, por ela ser tãaaao pequenina), o meu marido fazia de tudo para que ela não adormecesse. Tinha mesmo que ser um trabalho em equipa.

Foi também isso que deu forças para enfrentar todos os comentários negativos dos profissionais (muitos dos quais eram opostos ao que eu tinha aprendido nos cursos e nos workshops, alguns feitos naquele mesmo local).

Uns dias mais tarde, conseguimos que a bebé fosse transferida para uma outra unidade, onde eu poderia estar com ela a tempo inteiro. As minhas dores (normais de um pós-parto) eram muitas, e as condições para a minha estadia eram péssimas, mas tudo se conseguiu.

Apesar destas dificuldades iniciais, sobretudo a nível de logística, a amamentação tem corrido muito bem. A bebé sempre mamou com muita frequência, e opto pela livre demanda. A verdade é que ela tem crescido a um ritmo muito bom, acompanhando a curva de crescimento divulgada pela OMS. Os percentis (semelhantes para o peso e para o comprimento) são relativamente baixos, mas os dos pais também não são nada altos, e quem sai aos seus… ;)

Felizmente, tenho tido muito apoio da família, e tenho conseguido relativizar os palpites externos, que muitas vezes revelam bastante desconhecimento e falta de informação.

Quando tiver um outro filho, claro que aproveitarei os conhecimentos que adquiri, mas tentarei de novo não criar ilusões e lembrar-me de que tudo pode acontecer e de que cá estaremos para nos adaptar às situações.

Presa por ter roupa e presa por não ter

- Por: Daniela Oliveira Magalhães -

Desde que a M. nasceu que há dias em que me sinto a fazer parte da história do avô, do neto e do burro. 
Se de manhã acho que está um pouco fresco e decido vestir-lhe um vestido com umas meias tipo soquete, no primeiro sítio onde for lá vem o comentário: "que bebé tão linda (mãe babada!), ai coitadinha que vai estar calor e a pequena de meias!". E pronto, se estou num dia em que nem me apetece responder que a mãe é que sabe e até acho que está a ficar quente, lá tiro as meias. Nem duas horas mais tarde, lá vem alguém dizer (e nem importa se me conhece ou não, porque desde que temos bebés parece que toda a gente se sente no direito de dar palpites) que, coitadinha, deve ter frio com os pés assim sem nada. Qual pobre coitada mesmo! 
E decido colocar-lhe as meias, que até tinha sido a minha primeira opção e ficavam bem com o vestido e tal. 
E acaba a saga das meias? Não. Lá vem outro dizer que os bebés estão melhor sem nada nos pés e coitadinhos que nem se podem defender! Como se a mãe os fosse atacar, sei lá! 

E a história repete-se com casacos, collants, mantas, etc. 
Confesso que normalmente ignoro, faço um daqueles sorrisos vazios e tento agir como se nem sequer tivesse ouvido o palpite. É outra super capacidade das mães, não é?! 

De verdade que as pessoas não equacionam que as mães fazem o que fazem de forma consciente e no melhor interesse do bebé?! E que os nossos bebés não são uns "coitadinhos"?!

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Quando as ‘coisas’ não correm conforme o esperado…


- Por: Carolina Romero -

(Aviso: este post pode vir a ser longo.. looool)

É verdade... nem tudo é um mar de rosas no que concerne à gravidez! 
E, definitivamente, cada gravidez é diferente da outra.

Idealizamos um momento pleno, cheio de coisas boas, motivações novas, paz, harmonia, tranquilidade, saúde, vida...  tudo de mais belo e harmonioso que existe, é o que queremos! 

Até que, às 24 semanas de gestação dizem-te: “mamã, o colo do útero está curto, vai ter que estar de repouso absoluto”! 

O colo chegou a medir 14mm, esteve afunilado e com abertura de 3mm devido à pressão que a cabeça da minha princesa exercia, 2 testes de fibronectina positivos, contrações que chegavam a 100/120mmHg de intensidade, dores, medo, muito medo de um parto prematuro e de tudo o que isso acarreta! Estive internada 2 vezes para tentarem travar o “quadro” e fazer o ciclo de amadurecimento pulmonar da bebé (1 + 1 de resgate). Colocava diariamente cápsulas de Progegeffik e conseguia tocar na cabeça da minha filha... ela já estava “encaixada” para nascer!

Fiz tudo o que esteve ao meu alcance, repousei o máximo que pude, só me levantava da cama para o sofá e do sofá para a casa de banho. Cada semana que passava era um milagre, sentia uma alegria e uma gratidão a Deus imensa por mais uma semana que conseguíamos aguentar.

Nas consultas perguntava à minha OB quanto tempo mais aguentaria, e ela só me respondia: “Um dia de cada vez mamã, vá me ligando.”
Não! 
Não era isso que eu queria ouvir, eu queria respostas concretas e não algo abstrato! 
Queria que ela me dissesse que tudo iria correr bem e que a minha princesa não seria prematura, que conseguiria travar o estado em que eu estava.

Pois...

Mas não havia respostas “concretas”... não havia certeza de nada. A única certeza que tinha é que ela iria nascer no tempo em que Deus determinasse que ela viria ao mundo... e agarrava-me a isso e ia me fortalecendo!

Medos? Muitos!
Ansiedades? Bastantes!
Insegurança? Todos os dias!
Mas não me entreguei, nós não nos entregamos.. 

Lembrava-me deste versículo bíblico e acalmava o meu coração: "Pois tu formaste os meus rins; entreteceste-me no ventre de minha mãe. Eu te louvarei, porque de um modo tão admirável e maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem. Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado, e esmeradamente tecido nas profundezas da terra. Os teus olhos viram a minha substância ainda informe, e no teu livro foram escritos os dias, sim, todos os dias que foram ordenados para mim, quando ainda não havia nem um deles." Salmos 139:13-16 (Versão João Ferreira de Almeida Atualizada (AA))

Às 36 semanas de gestação confirmou-se que a princesa não estava a crescer e a engordar como era suposto, o líquido amniótico estava no limite dos limites e teríamos que tirá-la!
Às 37 semanas, nasce o meu tesouro com 45cm e 2425gr de parto normal induzido...

Aí sim, cessaram todas as minhas inseguranças, medos, angústias, aflições e choro relativos à gravidez! Finalmente tinha a minha princesinha nos braços... saudável, pequenina, magrinha e cheia de garra e vontade de viver! 

Fomos umas guerreiras, lutamos contra todas as evidências, probabilidades, expectativas e circunstâncias, e conseguimos! 
Conseguimos, meu amor! 
Nós conseguimos!

Ontem completaste 6 mesinhos, 6 mesinhos que, juntamente com o teu irmão, alegram a minha vida, florescem o meu caminho e tornam tudo muito mais colorido e fácil de suportar.

Amo-vos, amo-vos daqui até ao infinito, amo-vos com toda a força do meu coração e com a toda a intensidade do meu ser! <3

Parabéns a ti, Eduarda
Parabéns a nós ;) 




Ser mãe...


Ser mãe... Que sentimento é esse?

Que bater de coração
Que angústia de distância
Que alegria de reencontro
Que maravilhosa sensação!!!

Amor a todo o momento
Pensamento sempre presente
Felicidade constante

Podemos estar longe mas tu estás sempre aqui e eu estarei aí.

Amamentação e aleitamento - as nossas experiências #3

Por Joana - Mãe da Maria Leonor

Amamentar sempre foi uma vontade, um sonho, uma convicção... Lembro-me que o meu maior medo era não ter leite, porque ouvia imensas mães de todas as idades a referirem que não tiveram leite. Nas aulas de preparação durante a gravidez, referi isso mesmo à enfermeira - "tenho medo de não ter leite, mas queria tanto poder amamentar" - e ouvi uma resposta que demorei para assimilar: "todas as mães têm leite, às vezes é preciso estimular, mas nunca viram nenhuma cadelinha ou porquinha ou qualquer mamífero sem leite, certo? Se tens uma dúvida dessas, se calhar não queres assim tanto". Foi uma resposta descabida, ríspida... mas hoje percebo-a. Há as mães que por algum motivo não tiveram mesmo leite infelizmente, o corpo não correspondeu... mas há um gigante número de mães que não quiseram, ou não suportaram as dores, ou as dificuldades que são várias, e dizem não ter tido leite porque lhes custa assumir à sociedade, sentem-se más mães.

Tive a Leonor por cesariana, o colostro apareceu naturalmente, ela tanto pegava bem como mal, aprendeu com Aero-om no mamilo colocado pela enfermeira, e mamilos de silicone por eu quase não ter mamilo. Foi difícil, foi tão difícil... quase arrisco a dizer que foi a área em que tive mais dificuldades para além das cólicas. Eram gretas, bolhas, sangue por todos os lados, os mamilos de silicone com os reservatórios cheios de sangue misturado no leite, e elas diziam que não fazia mal, e perguntavam-se se conseguia continuar a tentar. Diziam "força mamã, vai passar!". Tanto que me ajudaram todas as enfermeiras do hospital da Póvoa de Varzim, estou-lhes grata para sempre! Dores atrozes, mais do que o corpo aguentava... entrava em choque, tremia, os músculos doíam de tanto contrair com a dor, revirava olhos, chorava, mordia fraldas de pano, apertava a mão do marido, e ele presenciava o sofrimento. Quando era hora de mamar e eu dizia à minha Nô "vamos papar, meu amor?", ele olhava para mim e dizia "és uma boa mãe". E eu, com aquela ajuda dele, enchia-me de coragem e lá ia... ora doía do início ao fim, às vezes uma hora na mama... ora doía no início e depois habituava e suportava melhor... Ora mamava a toda a hora (picos de crescimento), ora tinha que a acordar para mamar, mas era sempre doloroso. Nada ajudava a curar, estive com dores incríveis durante 1 mês e meio... até que a minha cunhada, a quem muito agradeço, me ofereceu um pouco do seu creme, Cicalfate da Avène, coloquei três vezes apenas, e os mamilos ficaram 100% curados em apenas um dia, um dia! Ai como queria tê-lo encontrado mais cedo... Nunca mais precisei de cremes nenhuns, mamilos de silicone, nada. Felizmente não passei pelas dores de subida de leite. Nunca tive leite a mais, era sempre o suficiente para ela, felizmente, ao menos isso. E não nego, desde que se alimente o nosso bebé com todo o amor do mundo, é sempre válido e é o que realmente importa, mas como me sinto num mundo de magia ao vê-la crescer com alimento produzido pelo meu corpo! 5 meses depois ainda me soa a magia, a natureza consegue ser perfeita mesmo. Infelizmente, como é bastante obstipada (esteve 2 meses a fazer cocó só com estimulação), tivemos que introduzir fruta e sopa em apenas uma refeição; é a refeição responsável por fazer os intestinos já funcionarem bem sozinhos, e eu continuo feliz a amamentar no resto das refeições :) Espero conseguir até aos 6 meses (está quase), e depois até ela querer, e o leite a alimentar como até aqui :)

Complicado é gerir comentários que são contra-amamentação, a mania que as pessoas têm de dar palpites, de perguntar, de duvidar, etc. Já foi tão dificil, e ainda ter que ouvir "se lhe dás de mamar muito tempo ainda fica viciada", e agora "ainda bem que come sopa e fruta, faz-lhe bem comer outras coisas, a criança não pode viver só de leite, fica viciada... nem fazia cocó, e agora já faz!". É complicado de gerir... mas nós, mães, somos capazes de tudo. Ouve palpites quem dá um biberão e quem dá a mama, e todas somos mães, amamos os nossos filhos e seguimos o nosso instinto, e do nosso bebé e do nosso instinto... ninguém mais entende como nós mesmas :)

A Prematuridade

_ Por: Regina Freitas _ Mãe dos gémeos


Hoje em dia, este é um assunto já mais falado, existindo assim mais informação sobre o que é a prematuridade e como é um bebé prematuro, mas iremos deparar-nos com uma grande maioria de pessoas que não têm bem a noção de quão frágil é um bebé prematuro e de quais são os cuidados tão especiais que é necessário existir.

Quando é que um bebé é considerado prematuro?

Um prematuro é um bebé que nasceu antes das 37 semanas de gestação. Existem 4 tipos de prematuros consoante a semana gestacional na qual ocorreu o nascimento.
Entre as 35 e as 37 semanas são considerados moderadamente prematuros, entre as 30 e as 34 semanas são muito prematuros, entre as 26 e as 29 semanas são prematuros extremos e antes das 26 semanas são micro prematuros.

O Desenvolvimento a curto prazo.

Quando um bebé nasce prematuramente é levado para a UCINP (Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais e Pediátricos), onde permanecerá o tempo necessário até estar apto para a vida fora da unidade.
Algo muito importante é a aprendizagem da sucção, ou seja, têm de aprender a mamar. Uns demoram mais um pouco, outros desenvolvem mais rapidamente este ensinamento, mas acabam por conseguir, sendo necessário uma contínua estimulação por parte dos pais, para que o bebé continue a progredir.
Existem algumas estratégias de estímulo, como por exemplo um género de massagem/toques específicos em torno da boca do bebé (explicam na unidade), bem como colocar um dos nossos dedos a exercer alguma pressão por baixo do queixo enquanto mamam, estimulando assim a sucção.

A Alimentação na unidade.

Inicialmente, os prematuros têm de ser alimentados através de uma sonda nasogástrica. Confesso que faz alguma confusão ver aquele tubinho que entra pelo narizinho, mas é necessário estar ciente de que é para o bem do bebé e de que é indolor.
O leite adaptado ou o leite materno é colocado numa seringa, a qual é introduzida na extremidade visível desse tubinho, e aos poucos o pequeno estômago ficará saciado. Devido à imaturidade desse orgão, os prematuros no inicio têm tendência a bolçar mais.
Lembro-me que bem no início os meus gémeos bebiam apenas 30ml de leite. Com o passar do tempo, desenvolveram a sucção, começaram a comer sempre mais um pouco e quando saíram da unidade bebiam já entre 60ml e 90ml.

Os cuidados a ter após a alta hospitalar.

Os bebés prematuros, tal como o nome indica, são imaturos a vários níveis, e um deles é o sistema imunitário. São mais frágeis e, como tal, mais suscetíveis a contágios virais.
Visto isto, é necessário ter em atenção, por exemplo, a desinfeção das mãos e a esterilização dos objetos com os quais os bebés têm contacto.
As visitas têm de ser limitadas, pois o bebé tem de permanecer num ambiente calmo e sereno, sem grandes alterações repentinas, visto que muito facilmente se desorganiza, ou seja, fica assustado e não sabe como reagir a certos estímulos. É evidente que ficam confusos, pois para eles é complicada a adaptação à vida fora do útero, já que na verdade deveriam estar ainda dentro dele.

Mais um pouco da minha experiência.

Em meados de Dezembro de 2013, às 32 semanas e 4 dias de gestação, nasceram os meus meninos gémeos, passaram 1 dia na incubadora e logo depois foram transferidos para o berçário na mesma unidade, onde permaneceram até ao início de Janeiro.
Nesta unidade, a UCINP, do Hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal, encontrei profissionais fantásticos, os quais admiro muito, pois desenvolvem um trabalho excecional com os bebés, bem como com os pais, elucidando-os sobre o tema da prematuridade e ajudando a desenvolver competências.
É importante o contacto fisico entre os pais e o bebé, por isso a unidade incentiva a prática do "Método Canguru", também conhecido por "Contacto Pele a Pele", o qual consiste em colocar a criança parcialmente vestida sobre o peito nú da mãe ou do pai, aumentando desta forma o vínculo entre filho e progenitor. Posso dizer que é maravilhosa a sensação, o sentimento, sentir o calor do nosso filhote, os seus movimentos... é fantástico!
Após a alta, quando os levei finalmente para casa, foi uma vitória, pois tinham ultrapassado um grande obstáculo e estavam aptos para prosseguirem na sua jornada.
Ser Mamã de prematuro e, no meu caso, de gémeos, não é tão complicado quanto parece, é tudo uma questão de organização, de vontade e principalmente de prestar atenção à voz do nosso instinto para atender às necessidades de bebés tão pequenos.
Li e refleti imenso sobre a prematuridade, de forma a estar preparada para as diferentes etapas do desenvolvimento dos meus meninos, tentando não esquecer a situação da idade corrigida, ou seja, a idade ajustada ao grau de prematuridade,  que é aquela que o bebé teria se tivesse nascido às 40 semanas.
Hoje, têm 7 meses (idade real), as adversidades passaram, já não são evidentes as características físicas de um bebé prematuro. Estão bem, são bebés felizes, comilões e sorridentes e nada poderia ser melhor.


Amamentação e aleitamento - as nossas experiências #2

Por Filipa Serrão - mãe da Clara e da Isabel

Tenho duas filhas e duas experiências completamente opostas. Ao segundo achamos que já vamos preparadas para tudo, que já conhecemos os truques e os problemas. Como tudo, às vezes a vida prega-nos rasteiras :)
Em 2010, quando tive a Clara, não sabia nada. Disseram-me que a coisa fluía naturalmente e eu fui na conversa. Ela pegou bem desde o início, não houve grandes gretas e nunca senti uma subida de leite. Espectacular supostamente. Engordava bem, dormia mais ou menos mas mamava como se o mundo fosse acabar amanhã e a fossem submeter a um jejum prolongado...! De duas em duas horas, às vezes menos! E chegava a estar 45 minutos a mamar, o que significava que daí a 1h e pouco retomávamos a maratona. Fiquei muito cansada, questionava o leite (obviamente!) porque ela não me dava descanso. Por volta dos 3 meses não sei o que se passou e começou a magoar-me. Lembro de amamentar com as unhas cravadas no sofá e as lágrimas a cair. Felizmente passou. Terá sido uma má pega? Não fazia ideia, era completamente inexperiente e ela era uma bola, logo eu estava a cumprir com o que era suposto. Pareciam facas... Nem é bom lembrar! Mas depois calejou e nunca mais doeu.
A Clara mamou até aos 15 meses e meio. Primeiro largou de manhã e por fim antes de dormir. Não insisti e ela não voltou a procurar. Foi sempre um percentil 90 de peso, sobretudo na altura em que foi amamentada em exclusivo.

A Isabel era mais pequenina, já quando nasceu. Pegou bem, tudo ok, continuei sem sentir subidas de leite, sem ter leite em excesso, mas as dores... Senhores as dores que ela me causava! Tudo em sangue e eu já chorava por antecipação. E a perda imensa de peso, nada a ver com a irmã. Fomos insistindo e amamento até hoje, aos 5 meses e meio dela, já com a introdução de alguma alimentação sólida porque o ganho de peso nesta bebé foi sempre nos mínimos. Se a irmã era uma bola no seu percentil 90, esta concorre para a elegância no seu percentil 25 mantido a custo. E mama só quando tem fome, nada a ver com a minha primeira bolinha :) 

Desta vez fiz uso de tudo o que havia: mamilos de silicone e etcs. Ah e tal porque enganava o bebé e tinha era que corrigir a pega. Claro que sim, racionalizar com uma recém mãe cheia de sangue no peito e a chorar de dores faz todo o sentido :/ tentei corrigir mas usei-os 3 dias, não mais, até porque engolia algum ar e eu não queria potenciar as cólicas ainda inexistentes. Mas foram 3 dias milagrosos para sarar o peito, deixar calejar e fazer com que eu não desistisse. Porque teria desistido porque as dores eram insuportáveis :(

Aqui continuamos, com duas experiências tão diferentes. Na 1ª em que bastei, em que fui único alimento numa criança notoriamente gordinha. Na 2ª já tive de fazer uso de alguns biberões de LA, mais do que desejaria, porque o meu corpo não respondeu a tempo e não adaptou a produção e ela chorava com fome. 

Continuaremos para lhe dar tudo o que houver, quando houver. Sobretudo para passar anticorpos na eminente entrada na creche. 

Mas sempre me ouvirão dizer que mais vale um biberão com amor do que uma mama com sacrifício :) mãe feliz = bebé feliz e isso é o mais importante de tudo!

Amamentação e Aleitamento - as nossas experiências #1





Ana C. - Mãe do Pedrinho

A minha experiência relativa ao início da amamentação não foi nada fácil.
Ainda estava na maternidade quando comecei a sentir algumas dificuldades. A principal  foram os mamilos gretados. Ficaram em ferida... deitaram sangue... cheguei a ver o meu menino com sangue na boca...
Li e reli tudo o que tinha apreendido no Curso de Preparação. Toda a gente referia a má pega... mas como poderia ser má pega se ele mamava tão contente e feliz?!
Bom, quando vim para casa o marido foi à farmácia e lá aconselharam-me uns discos de gel e os mamilos de silicone. Pois bem, esses discos foram milagrosos. Em uma semana estava tudo sarado e utilizei os mamilos de silicone até aos 2 meses e meio. Depois destes meses o Pedrinho pegou bem nas maminhas e nunca mais tive feridas. A meio desta caminhada, numa madrugada, acordei com a mama do lado esquerda super inchada e dorida. Enfiei me na banheira, com duche de agua quente e muitas massagens, acabou por passar.
Hoje, com quase 5 meses, mantemos a amamentação em exclusivo.


O Pó de Talco aprova!


~Por: Cristina Baptista~

A dada altura percebemos que várias mamãs tinham comprado para os seus pequenotes o Cavalo Marinho "Ocean Wonders™ Soothe & Glow Seahorse™". Foi sucesso garantido entre os nossos bebés e passámos vários dias a discutir a utilidade deste brinquedo para recém nascidos.
Mais ainda, tornámo-lo a mascote oficial do nosso grupo, sendo que as meninas costumam ter a versão cor de rosa e os meninos a azul. Demos-lhe nome até: o Valentim/ a Valentina.

Fisher Price - "Valentina"

Fisher Price - "Valentim"
Somos unânimes em recomendar a todos os bebés este brinquedo que além de ser super fofinho é um poderoso aliado para embalar os pequeninos nos seus sonhos. Como diz no site do fabricante (http://www.fisher-price.com/), basta apertar ligeiramente a barriga para que emita uma luz suave, canções de embalar e sons do oceano. Cada "sessão" dura 5 minutos, inclui 8 músicas diferentes e controlo do volume de som. 

Excelente também para adormecer adultos :)))


E não, infelizmente a Fisher Price não nos deu nenhuma comissão!

quinta-feira, 17 de julho de 2014

O início...

Sejam todos muito bem-vindos a este nosso e vosso espaço!
Somos todas mamãs de bebés que tinham a mesma Data Prevista de Parto. Uns nasceram antes, outros durante e outros depois. Conhecemo-nos ainda eles estavam dentro das nossas barrigas e, desde aí, fomos acompanhando os vários desenvolvimentos, os medos, as dúvidas, as hormonas a descontrolarem-se vezes sem conta... Tornámo-nos amigas, confidentes, sentimos que somos uma grande família e, como tal, mais ricas. Pois família é aquele aconchego, é podermos dizer o que pensamos e aceitarem-nos como somos. E é desta forma que nós funcionamos. Não temos todas a mesma opinião sobre todos os assuntos, muitas vezes discordamos mas aceitamo-nos com as nossas diferenças.
Existem mães de 1a, 2a, 3a e 4a viagem, mães mais novas, mais velhas, uma mãe de gémeos, mães top-model, mães residentes em Portugal e não só! E todas aprendemos muito umas com as outras. Algumas já se conheceram pessoalmente, outras nem por isso, mas todas temos uma vontade enorme de juntar o grupo todo.
Decidimos "abrir" este cantinho pois julgamos que muitas das nossas dúvidas, medos, descobertas, aventuras poderão ajudar muitas mamãs e papás.
Acompanhem-nos, comentem, dêem sugestões, coloquem dúvidas e tenham uma ótima estadia por cá!

Ser Mamã de gémeos, é ser duplamente feliz!


Um miminho para todas nós... SuperMães!!


Por vezes precisamos de um miminho deste...

Porque aos olhos dos nossos filhos somos muito importantes!

Uma ideia bem engraçada...

E que tal? O que acham da ideia?

Por cá já criamos um email para o Pedrinho, agora só falta encontrar tempo para escrever!

Vamos também partilhar com a família para que possam ir enviando fotos, aventuras e muito mais !


Maravilhosos primeiros dias!


Por: Filipa Barros, 37 dias depois de ter sido mãe pela primeira vez.


O primeiro mês de vida do bebé é uma grande confusão!!!
Para começar temos o cansaço do parto e a respetiva recuperação, tenha sido parto vaginal ou cesariana. Depois são as rotinas, ou no caso a falta delas! Com um bebé nada acontece da mesma forma em dois dias consecutivos. As visitas! Pessoas simpáticas e bem intencionadas que normalmente são inconvenientes. A falta de sono e o bebé que chora e nós não percebemos porquê!

A logística é também interessante: para começar temos medo de apertar a fralda demais e por isso vai sair por fora umas vezes, temos medo de pegar na criatura quando vamos dar banho e chora desalmadamente todo o tempo, as meninas também fazem repuxos de xixi e, pior, de cócó (e pintam paredes e cortinas!), vamos ver se está a respirar, se está frio ou quente! Só tomamos banho quando o pai da criança está. Nas primeiras saídas é mais o tempo que demoramos a preparar-nos para sair do que o que passamos na rua!

'Os bebés mamam 15 minutos numa mama e às vezes na outra.' Nada mais falso! Os bebés mamam o tempo que querem e às horas que querem, e, quando achamos que temos uma rotina, o bebé muda de ideias! São os famosos picos de crescimento. Ah, e adormecemos a dar de mamar e o bebé adormece a mamar e temos de o acordar. E dar de mamar dói e é difícil, e os profissionais de saúde parecem ter comissão nos suplementos!

Toda a gente vai dar uma opinião qualquer sobre alguma coisa, ou é colo a mais, ou tem fome... ou então perguntas parvas 'é tão magrinha... é prematura?' ou se provei do meu leite... Quando estamos fora, as mulheres vão ver o bebé com atenção, os homens vão sorrir e as crianças ficar intrigadas.

Todos os dias se tiram fotografias, às mãos, aos pés, às expressões, aos sorrisos para os anjinhos, a tudo! Fazemos km a acalmar o bebé no colo, mas incrivelmente os braços não doem. Inventamos canções sobre diversos temas. Damos abraços a três, comemos com a criança ao colo, vamos à casa de banho a correr muito, dormimos por turnos e fazemos tudo isto com um sorriso no rosto!

E depois de termos um filho tudo o que queremos é...





Ossos do ofício...



- Por: Cristina Baptista - 

Se me dissessem que a Abelha Maia ia ser a minha melhor amiga, companheira de todas as horas, que ia saber o genérico de cor e salteado (acompanhado de mímica...don't ask...), eu jurava a pés juntos que preferia ser eremita no Butão.






Alguém me acompanha nesta dor?
Exorcizem os vossos Nody's, Pokoyo's e afins, por favor, comentando este post!

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Socorro! O meu bebé está com um comportamento muito estranho!


fotografia: Caroline Tran

- Por: Patrícia Oliveira - 

Tudo começa às poucas semanas de vida, quando o ritmo do bebé parece alterar-se completamente. Já achávamos que o conhecíamos, mas de repente começa a chorar mais vezes do que o normal. Será que é fome ou será que é outra coisa qualquer? Será que está com alguma dor?
Em certos casos, até podemos questionar-nos se o nosso leite será suficiente e se o bebé ficará saciado depois de mamar. Para além disso, é a "altura ideal" para outras pessoas começarem a dar palpites acerca da produção de leite ou de outros assuntos relacionados… o que torna tudo ainda mais complicado.

Pois, quando o bebé parece querer mamar mais vezes (podendo até ser de hora em hora), pode estar a passar por um pico de crescimento, que tanto pode durar 2 dias como 1 semana. Não significa que há um problema connosco ou com o bebé, mas sim que ele precisa de se alimentar em mais quantidade do que o habitual, precisamente para crescer mais do que o habitual. E, no caso de amamentarmos, a produção de leite adaptar-se-á às necessidades do bebé. O que é importante é que, no caso de percebermos que ele tem fome, lhe dêmos de mamar, de forma a estimularmos a produção.

É normal que nestas fases surjam muitas dúvidas, e também por isso é bom sabermos que os outros bebés e as outras mães passam pelo mesmo.

Para além dos picos de crescimento, há os saltos de desenvolvimento, que podem ser ainda mais complicados de ultrapassar e de gerir. O bebé chega aos 4 meses e tal (aproximadamente) e começa a ter um comportamento estranho: pode ficar mais impaciente, pode acordar mais vezes de noite e fazer mais birras de sono durante o dia, pode parecer que rejeita a mama, pode não responder da mesma forma de antes aos mesmos estímulos.
Com todas estas alterações de comportamento, nem sempre é fácil manter a calma. No entanto, ajuda saber que ao final de umas semanitas tudo passará. A verdade é que nada voltará a ser como dantes, porque durante este tempo os nossos bebés desenvolvem-se imenso, ficando a parecer que de repente passam a fazer uma série de coisas novas: por exemplo, rebolar, agarrar os pés e metê-los na boca, manipular objectos com mais destreza, palrar mais, etc. e tal.

Mais tarde haverá mais saltos de desenvolvimento, surgindo um logo aos 6 meses, sensivelmente. Nem dá tempo para descansar do anterior!

Pois é... os nossos bebés estão a crescer, umas vezes de forma gradual e outras vezes mais repentinamente do que gostaríamos. 
A verdade é que gostamos do resultado final, mas até lá é preciso haver muita paciência e, claro, muitos muitos miminhos :)



Muito atarefadas a preparar a nossa inauguração oficial!