sábado, 26 de julho de 2014

As mãos do meu Avô

Imagem do blog http://umbelarte.blogspot.pt/
- Por: Sandra Monteiro -

Antes de mais um Feliz dia dos Avós a todos os avós....

Este texto que vos deixo não foi escrito para este blog, mas é um texto que escrevi em tempos e publiquei no meu blog Bluestrass. Recordo-me de ti, Avô, que não o eras de sangue, mas sim de coração... aqui ficam as minhas recordações de ti...

"(..) Recordo-me de muitas coisas, das boas e de algumas más, mas as boas superam alguns erros (quem não os comete...) próprios de uma alma solitária.
Recordo-me da sua voz, do seu sorriso, da sua maneira como tratava os animais e a terra por tu.
E recordo-me (essa é a talvez a memória mais presente) das suas mãos compridas, mãos árduas de trabalho, mas sempre prontas a estender a mão...
São essas mãos que em sonhos me aparecem, quando tenho algo que me apoquenta, e são essas mãos que nesses sonhos seguram as minhas, dando-me coragem...

Obrigada, avô, por teres feito de mim um pouco do que sou hoje!

E já agora continua a aparecer-me em sonhos, pois onde quer que estejas trazes-me a paz que conseguiste alcançar."

E vocês, de que se recordam dos vossos avôs/avós?


Dia Mundial dos Avós



Hoje comemora-se o Dia Mundial dos Avós.
Nesta data comemora-se o Dia de Santa Ana e São Joaquim, pais de Maria e avós de Jesus Cristo.
Eu tive a sorte de conhecer todos eles e ainda ter as minhas avós vivas.
Tive a sorte de passar muito tempo com eles! 
As férias grandes eram passadas na terra na companhia da avó e nas brincadeiras com o irmão e primos!
Tempos que deixam muitas saudades!
Eles transmitiram-me muitos valores, humildade, amor, compreensão e paciência.
E, este ano, também o meu filho é presenteado por 4 avós fantásticos!
Obrigada a todos eles!

sexta-feira, 25 de julho de 2014

"Um dia vais dar-me razão!"

- Por: Lara Caetano -



Quem é que nunca ouviu esta frase durante a sua adolescência? Parece que ainda ouço a voz da minha mãe:

- Aonde vais, rapariga?

- Vou ali, não esperes acordada por mim! - dizia-lhe eu enquanto batia com a porta da rua, e corria para não ter que lhe responder a mais nenhum inquérito! Lembro-me de ouvi-la a praguejar "Aquela rapariga põe-me maluca!".

Recordo de chegar a casa de madrugada, em bicos de pés como se tivesse o peso de uma pena... sorrateiramente dirigia-me ao quarto, quando uma luz se acendia e se ouvia uma voz: São horas?

Quem, mas quem era o tolo para ficar acordado até uma hora daquelas só para me ver entrar? Preocupação com o quê? Afinal de contas só estava ali no fundo da rua! Oh mãe, vá la! Menos, muito menos! Eu já sou crescida!

Tantas as vezes que fiquei chateada e aborrecida, afinal de contas para mim aquilo eram problemas de confiança.

"Quando tiveres filhos quero ver! Depois vais dizer: Ai jesus que ela tinha razão!" Quem, eu? Eu nem sequer quero filhos! E se tiver vou ser bem mais liberal.

Hoje, ao lembrar-me das minhas traquinices, penso: Meu Deus, a mulher tinha razão! E não foi preciso deixá-lo crescer, bastou nascer. É um medo constante que me invade, de tudo o que lhe possa fazer mal, e ao mesmo tempo um sentimento de impotência porque sei que não vou poder defendê-lo de tudo. É um amor que dói. Daqui nascem as dúvidas: e quando ele começar a querer descobrir o mundo, será que vou ter a capacidade de o ensinar a distinguir entre o bem e o mal, como a minha mãe fez? Terei eu metade da sua sabedoria? Como irei reagir? Dar-lhe-ei a sua liberdade?

Actualmente ouço assim: "Já me dás razão? Anda que agora tu vais ver o que eu passei contigo!" 
À minha mãe deixo um beijo e um muito obrigado, sem ela não seria o que sou hoje, e espero que o meu filho tenha a mãe que eu tive.

De uma coisa estou certa, a minha tão desejada noite de sono deve estar bem longe :)

E vocês, já pensaram neste assunto?

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Quando o bebé deixa de existir...

- Por Filipa Barros - 

Era sexta-feira e o aniversário da minha mãe. Tinha combinado com a minha irmã prepararmos o bolo e o jantar durante a tarde. Eu estava grávida de 10 semanas, a minha avó (materna) tinha morrido há menos de dois meses, andávamos todos entusiasmados e felizes!

Quando saí do trabalho reparei num spotting nas cuequinhas, liguei à Saúde 24 que me aconselhou a ir ao centro de saúde, onde nem me observaram e mandaram logo para a urgência de obstetrícia. Estava calma; como sou informada e curiosa tinha lido que o spotting é normal em muitos casos... Fui vista nas urgências, estava curiosa para ver o ecrã do ecógrafo que estava virado para o outro lado, sentia-me bem, não tinha dores, afinal era dia de festa!

'Se estiver grávida é de 7 semanas e não de 10'
'Não pode ser, a última menstrução foi a 25 de maio'

Ele saiu e entraram mais duas ou três pessoas... As palavras 'gravidez não evolutiva' foram um murro no estômago, as lágrimas começaram a cair sem controlo...

'O coração ainda bate... não podemos fazer nada... volte 3ª feira...' O chão desapareceu e o mundo ficou turvo...

Saí a chorar, sentei-me num banco e liguei ao meu Zi que estava a trabalhar longe: 'não há bebé nenhum...'

A minha irmã foi-me buscar e lá fomos nós preparar a festa... Cozinhar, mesmo a chorar, naquela tarde, ajudou-me a não ficar louca. Foi o aniversário mais triste que alguém já teve... A frase 'hoje é dia de festa' despedaçou-me as entranhas... Fumei um cigarro na varanda, já não fumava há 3 anos...

Pouco disse nos dias seguintes, logo eu... a 'metrelhadora falante' ficou sem palavras... Foi o pior fim-de-semana da minha vida, chorei, dormi, chorei, comi doce de pêra com queijo, chorei, vi tv mas não sei o quê, chorei... só estava bem abraçada a ele, mas o fim de semana acabou e tive de ir trabalhar.

Contei tudo à minha chefe, mas toda a gente sabia que algo se passava, eu não era eu... Na terça voltei ao hospital, a mesma conversa: 'O coração ainda bate... não podemos fazer nada... volte 6ª feira...'

Quinta tinha consulta no centro de saúde, mas acordei diferente... sabia que ia ser naquele dia... Fui à consulta, contei tudo ao médico de família e depois fui com a minha irmã novamente à urgência. No caminho já tinha contrações de 5 em 5 min. Enquanto estive na sala de espera tive um aborto espontâneo, enquanto as grávidas felizes entravam à minha frente para ter os bebés. Quando fui vista já tinha expulsado tudo e estava tudo bem comigo, fisicamente.

Nessa tarde dormi muito, estava exausta... Os dias seguintes não foram fáceis, tive de explicar várias vezes o que aconteceu, porque já se notava. Fiquei muito triste e até zangada... Para piorar, uma data de pesssoas que eu conhecia anunciavam felizes as suas gravidezes...


Pensei 'porquê a mim'? Senti-me sozinha na minha dor, eu não conhecia ninguém que tivesse tido um aborto até ter o meu... É um assunto tabu, não se fala, como se fosse motivo de vergonha, como se fosse culpa nossa, e afinal até conhecia várias pessoas... E afinal eu tinha hipotiroidismo e ninguém sabia. O meu corpo
escolheu-me a mim em vez do invasor...

Partilho o meu aborto para que outras mulheres saibam que acontece e muitas vezes, que a culpa não é nossa e que não fizemos nada de mal, mas acima de tudo que é apenas um contratempo, porque depois tudo se resolve, o tempo cura tudo e o tão desejdo e esperdo bebé vai chegar. Eu perdi um bebé, uma parte de mim morreu naquela semana, há coisas que mudaram para sempre, mas hoje a Carlota dorme ao meu colo enquanto escrevo só com uma mão e uma lágrima rechonchuda cai pela minha cara sorridente.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Amamentação e aleitamento - as nossas experiências #10

- Por Filipa Barros -

Já algumas colegas mamãs disseram que o maior medo durante a gravidez era o parto, outras que era a amamentação; no meu caso, o maior medo era perder a minha menina, porque já tinha acontecido (um dia faço um post sobre isso)... Nunca pensei muito no primeiro desses medos, porque afinal a humanidade chegou até aqui! Mas pensei no segundo, até porque toda a minha vida ouvi a minha mãe dizer que amamentar é horrível e que só o fez por saber que era o melhor para nós. Os problemas dela tinham que ver com produção excessiva; para terem ideia, quando eu nasci ela dava de mamar a mim e a um dos gémeos da cama ao lado, e depois em casa era só eu... estão a imaginar, não é?

Bem, mas a minha experiência: tudo começou na primeira hora de vida da baby Carlota, em que mamou com muito boa pega por 45 minutos! Enquanto estive no hospital e nos primeiro 3 meses, mamou sempre muito demoradamente, cerca de 1 hora para cada mamada. Isso inevitavelmente acabou por me macerar os mamilos, e usei muito Purelan, usei conchas arejadoras, mamilos de silicone, creme reparador da D'Aveia e discos de hidrogel. Ao fim de 3/4 semanas os mamilos estavam habituados, as dores desapareceram e as mamadas da pequena eram apenas demoradas. Quanto à subida/descida do leite, não dei conta, simplesmente uma vez, ainda no hospital, no segundo dia de vida da menina, dei conta que já era leite. Mais tarde, tive um engurgitamento em cada mama, ambos de noite, provavelmente em picos de crescimento; usei calor (com saco de sementes) e foi a pequena que resolveu mamando.

Depois começou o verdadeiro celeuma... Como tive diabetes gestacional (o que dava outro post...), ela nasceu com menos de 3kg, e, como só aumentava de peso nos valores mínimos (mas aumentava!), os profissionais de saúde azucriavam-me a paciência para lhe dar suplemento, até mesmo depois de se constatar que estava a crescer 1 cm por semana, o que aconteceu nas primeiras 12 semanas. Depois de ouvir tanta coisa, até me disseram 'mãe, temos que ajudar este bebé'. Num dia em que ela estava mais chorosa, resolvemos tentar, e ela só não nos atirou o biberão à cabeça porque não conseguia pegar nele. Como é que se obriga um bebé satisfeito a comer mais??? As overdoses de leitinho são tão fortes que nem abre os olhinhos! Portanto, fiz orelhas de mercador e segui o meu instinto, até um dia em que fui pesá-la e a enfermeira me disse 'sempre deu o suplemento, não foi, mãe?'. Não. Não fiz nada diferente e a Carlota começou a engordar aos meios quilos em duas semanas.

Hoje, com 5 meses, temos 6 kg e 63 cm de sorrisos desdentados a animar os nossos dias!

Quanto a onde amamentar, basicamente em qualquer lugar! Tenho um avental, que é uma fita com molas nas pontas e uma fralda. Mas também já saquei da mama no meio do cabeleireiro de frente para a montra que dá para a rua!!!


A gravidez - Mamã a duplicar.

_ Por: Regina Freitas _ Mãe dos gémeos


Redigi e apaguei várias vezes, até conseguir tentar expressar por palavras o quão fantástico foi estar grávida, pois é algo tão grandioso, é todo um misto de sentimentos e emoções...

É todo um mundo desconhecido, é um mar de suposições e de receios, é o criar de um laço tão grande com uma pessoinha que está a crescer dentro de nós, tão frágil, tão dependente dos nossos actos.

É impressionante o amor que nasce desde cedo pelo nosso bebé, sem nunca o termos conhecido realmente, mas sabendo que está lá, no nosso ventre, a crescer mais um pouco todos os dias, a alimentar-se através de nós, a sentir o que sentimos. 

Foi indescritível ler o positivo no teste digital da Clearblue "Grávida 3+", ou seja, mais de 5 semanas. Fiz o teste sozinha e depois corri para o quarto e acordei o meu mais-que-tudo para lhe mostrar o nosso feito. Chorei e nem queria acreditar que este teste era positivo, mas até fazer a Eco tive algumas dúvidas... poucas, mas tive.

E a primeira vez que os vi? Sim, "os", os meus meninos, os meus gémeos. Ver primeiro um, e depois saber que existia outro serzinho, dois feijõezinhos. Nunca imaginei que poderia abrigar cá dentro duas vidas, confesso que a lágrima caiu descontrolada. 

Sim, estava grávida e eram dois bebés. Mas, dois bebés? Inacreditável, mas fantástico... Até àquela data, aquele tornara-se o melhor momento da minha vida, e em circunstância alguma fiquei desgostosa, triste ou preocupada com o facto de serem dois. Digo isto porque posteriormente li vários testemunhos de grávidas de gémeos que diziam que até desejaram que o segundo saquinho desaparecesse... Eu nunca seria capaz de desejar tal coisa, nunca! Desejei tanto engravidar, chorei tanto sempre que algum teste dava negativo... Mas atenção, não estou a criticar quem teve estes pensamentos, pois não tenho o direito de julgar o que qualquer outra pessoa sente.

E o Papá? Tão radiante ficou... Os olhos dele brilharam a olhar o ecrã, e perguntou se era mesmo, se o médico tinha mesmo certeza. Adorei a reação dele e naquele momento amei-o ainda mais.

Lembro-me que nesse dia à noite, quando estava sozinha, olhei a minha barriga ao espelho, coloquei ambas as mãos sobre ela e pensei que era mesmo verdade, que estava grávida e que tinha dois bebés cá dentro.

E a primeira vez que os senti? Sim, foi fantástico, um momento perfeito, até um tanto ou quanto estranho, sentir um xutinho de dentro para fora, mas foi lindo! É dificil tentar explicar a emoção que senti naquele momento. 

Adorei decorar com o papá o quartinho deles com o tema do Winnie the Pooh, pintar as paredes, a montagem dos berços, arrumar os cremes no armário, arrumar as roupinhas na cómoda. Este passo era muito importante para mim, talvez porque assim sentisse que era tudo real, era uma forma de tornar mais concreta a chegada dos bebés. O meu mundo tornou-se realmente azul.

Creio que estar grávida é uma das fases mais bonitas que uma mulher poderá ter na sua vida. Ver a barriga crescer de dia para dia, a roupa a deixar de servir, o peito a aumentar, os pés a inchar e arrumar as sandálias no armário pois já não servem, e ficar à espera que chegue o frio para calçar as botas de Inverno, mas depois verificar que a maioria também não serve. Subir à balança e ver o peso a aumentar, mas não se aborrecer pois é por uma boa causa, no meu caso, duas boas causas.

Embora o final da gravidez tenha sido demasiado atribulado e nada tenha corrido segundo o planeado, estar grávida e abrigar duas vidas dentro de mim foi fantástico, foi maravilhoso, e senti-me Mãe desde o primeiro momento.




Tu tens tanto direito como um segundo filho!

fonte: Jaiden Photography
- Por: Patrícia Oliveira -

Tu, que és a minha primeira filha, tens tanto direito como um segundo filho a ter uma infância feliz! Tens o mesmo direito de ter uns pais relaxados, preocupados contigo mas sem stressar demasiado, que relativizem os problemas e se preocupem em primeiro lugar com a tua felicidade.

É que o tempo não volta atrás!! Tu não voltarás a ser um bebé recém-nascido, não voltarás a quase caber nas palmas das minhas mãos, não voltarás a sorrir pela primeira vez. E como é que poderemos usufruir de tudo isso se estivermos nervosos e preocupados?? Mais do que isso: como é que tu irás usufruir de tudo isso?

Acredito que o nervosismo dos pais passe para os bebés, e acredito que pensamentos positivos ajudem a tornar os nossos filhos mais calmos e bem-dispostos.

Ouço tanta gente dizer que mudou imenso de comportamento do primeiro para o segundo filho, ou que está ansiosa para ter um segundo filho de modo a aproveitar tudo ao máximo desde o primeiro dia! Isso tem-me feito reflectir imenso…

Se 'descomplicar' só traz vantagens, há que tentar fazê-lo logo desde o início!

Claro que as hormonas e outros factores nem sempre ajudam (no meu caso, foi durante a gravidez, em que muitas vezes nem eu própria quereria ter-me como companhia! hehehe), mas podemos sempre fazer um esforço… precisamente porque a cada dia há uma descoberta nova, e nada se repetirá!

Quero passear muito contigo, mostrar-te paisagens e pessoas diferentes, contar-te histórias, brincar até não aguentarmos o cansaço. Quero rebolar na relva e deitar-me contigo a contar as estrelas. E quero pegar em ti ao colo e cobrir-te de beijinhos!

terça-feira, 22 de julho de 2014

Um positivo inesperado

Por : Liliana Cerqueira

Sempre ouvi dizer que as melhores coisas acontecem quando menos esperamos, e assim foi...
Num dia lindo de Verão descobri que dentro de mim se gerava mais uma vida. Como não foi nada planeado, eu fiquei sem saber como reagir, mas aceitei logo. Numa fração de segundos o meu instinto de mãe falou mais alto e eu já o protegia como se o conhecesse... já era meu, já fazia parte de mim.
Cheguei a pensar que poderia não estar à altura deste desafio, que poderia não ser a mãe ideal por ser jovem e com pouca experiência de vida...
Hoje eu sei que, por mais difíceis que sejam os desafios da vida, eu estarei cá para os enfrentar a TODOS sem desistências. Sei que farei sempre o melhor por ele, sei que o amo mais do que tudo na vida e que ele seria a única razão pela qual eu daria a minha vida. Estou tão grata por ser Mãe :,) Hoje eu sei que é o melhor presente "inesperado" que a vida me deu.
Posso não ter tempo para tudo, não conseguir chegar a um sítio à hora marcada, comer à pressa, descansar pouco, ter menos tempo para mim, mas...
                 
tenho o coração cheio !!

Aprendi a dar valor à vida de mãe, que, apesar de muito atribulada, é muito gratificante, a sofrer pelas dores das outras mães e a olhar para a vida com sentido. 


SER MÃE É ACORDAR TODOS OS DIAS COM UMA RAZÃO PARA VIVER !!


O que é que vestimos quando estamos a amamentar?

H&M

- Por: Patrícia Oliveira -

Não é fácil sabermos o que vestir quando estamos a amamentar. Por um lado, é muito normal que o corpo ainda não tenha ido ao sítio e a nossa roupa de sempre ainda não assente como gostaríamos. Por outro, convém que as roupas tenham uma forma de abrir na zona do peito ou sejam suficientemente elásticas para as podermos baixar ou subir.

Há ainda o problema acrescido de termos que ter várias mudas de roupa, já que nos sujamos (ou os bebés nos sujam) com bastante frequência.

Sfera

Os vestidos relativamente soltos costumam ser boas opções, por serem confortáveis e elegantes, e por não darem grande trabalho na hora de escolher o que vestir.
Actualmente, há várias opções na H&M, na Cortefiel e na Sfera. Vale a pena dar lá um saltinho!

Cortefiel

Podem ter botões, fecho ou um decote mais acentuado. Depois podemos conjugar com um top de alças por dentro, que pode ser subido para ajudar a tapar mais um bocadinho, fazendo com que fiquemos mais à vontade.

Cortefiel

Cortefiel

As blusas abertas (com botões, com fecho, com trespasse...) também são boas escolhas, e podem ser usadas tanto com saias como com calças e calções.

Para além disso, podemos optar por uma camisola de malha com um top por dentro, de modo a baixarmos a camisola e levantarmos o top.

Sfera

Claro que tudo depende da descontracção de cada uma de nós!
Comigo, este tipo de roupa tem funcionado muito bem, e deixa-me muito mais à vontade quando saio de casa.

E vocês, que tipo de roupa escolhem ou pensam escolher?

Amamentação e aleitamento - as nossas experiências #9

- Por: Rita Rua-

Pensei que à segunda vez fosse diferente…
Estava preparada (pensava eu), quer corresse bem, quer corresse mal!!
Tinha tudo o que era preciso para que a amamentação corresse bem, estava bastante bem informada e tinha tudo o que me facilitava a amamentação (vontade, almofada, conchas, mamilos de silicone, máquina, suplementos, chás, …). Desta vez pensei mesmo que ia conseguir, que ia ser diferente. Tinha que ser diferente!

Pois não foi nada diferente, foi tudo igual, foi tudo pior…
Ela pegava bem, tudo parecia diferente, mas mais uma vez eu não tinha colostro quando a minha filha nasceu, e assim foi durante a minha estadia no hospital. Desta vez evitei ao máximo dar “o suplemento”, mas chegou a um ponto em que já não era evitável… tive de dar. 
Em casa, passados muitos dias, tive a subida de leite e insisti, insisti muito, insisti durante algum tempo, se calhar devia ter insistido mais… Depois acabei por parar, desisti… só me fazia mal a mim e a ela. Ainda assim, não consegui aceitar! Como era possível ser derrotada pela segunda vez? Foi muito triste… principalmente também porque uma grande maioria das pessoas que me encontravam na rua ou me visitavam insistiam em relembrar-me do assunto, com as perguntas da praxe: "tens maminha para ela?", "então e é a peito ou...?", "...??"... mas enfim, já passou!

Agora, estou em paz com este assunto… porque, afinal, não é a forma como alimentas o teu filho que define a mãe que és! 
Uma mãe que dá o seu leite quer tanto de bom para o seu filho como uma mãe que dá leite artificial!
Como ouvi alguém dizer um dia: “tu és a melhor mãe que o teu filho pode ter” ;) .

"O tempo não pára..."



"Porque o tempo não pára", porque a vida corre rápido, porque, sem quase darmos conta, perdemos alguns momentos, sorrisos, mãos nas mãos. Porque a vida é curta e apenas uma passagem. Porque sim...
Esta canção que anda nas bocas do mundo, escrita por Miguel Gameiro e cantada divinamente pela fadista Mariza:

"Eu sei que a vida tem pressa
Quer tudo aconteça sem que a gente peça
Eu sei, Eu sei
Que o tempo não para
O tempo é coisa rara
E a gente só repara quando ela já passou

Não sei, se andei depressa demais
Mas sei, que algum sorriso eu perdi
Vou pedir ao tempo
Que me dê mais tempo, para olhar para ti
De agora em diante, não serei distante
Eu vou estar aqui.

Cantei
Cantei a saudade
Da minha cidade
E até com vaidade

Cantei
Andei pelo mundo fora
E não via a hora
De voltar para ti

Não sei, se andei depressa demais
Mas sei, que algum sorriso eu perdi
Vou pedir ao tempo
Que me dê mais tempo, para olhar para ti
De agora em diante, não serei distante
Eu vou estar aqui.

Não sei, se andei depressa demais
Mas sei, que algum sorriso eu perdi
Vou pedir ao tempo
Que me dê mais tempo, para olhar para ti
De agora em diante, não serei distante
Eu vou estar aqui."

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Amamentação e Aleitamento - as nossas experiencias #8

- Por Liliana Cerqueira -

Vou começar por contar-vos como foi e continua a ser a minha experiência com a amamentação. Eu também faço parte do clã das mamãs que pensava que amamentar seria a coisa mais fácil do mundo, que era só sacar da mama e pronto já está, mas as coisas não foram tão fáceis assim.
O meu bebé mamava tanto que eu não tinha tempo de descansar o peito. Cheguei a ficar com o peito ferido, e chorava só de pensar que em menos de 3 horas teria de dar novamente o peito. Doía tanto mas tanto! E depois com a descida do leite?? Não havia discos de amamentação que aguentassem tanto leite; acordava encharcada e muitas vezes tinha medo de sair à rua e ficar com a roupa cheia de leite... e isso chegou mesmo a acontecer. Com o passar dos dias tudo se começou a controlar e já não tinha aquele exagero todo, mas mesmo passado 4 meses e meio ainda não posso pensar em livrar-me dos tais discos de amamentação.

Adoro poder dar o meu alimento ao meu mais-que-tudo, não há nada melhor do que ele estar no meu peito e a olhar para mim com aqueles olhos tão lindos e inocentes !

Também posso dizer que tive muita sorte de ele pegar sempre bem na mama desde o nascimento, e nunca liguei a horas, quando ele tinha fome mamava e pronto. Às vezes também tinha medo de o leite ser fraco (embora hoje saiba que não existe leite fraco) por haver N pessoas a confrontarem-me com essa possibilidade por ele mamar muito, mas eu nunca fiz grande caso porque sabia que ele ficava bem só com o meu leite. As pessoas adoram opinar, adoram ser contraditórias, mas eu sempre segui o meu instinto de mãe e assim é que deve ser...

Não há ninguém que faça melhor por eles do que nós, não há maior amor do que o amor de mãe, venha quem vier! Amor de mãe é o mais puro e sincero, o mais genuíno!!

Hoje, com 4 meses e meio, é lindo e gorduchinho, cheio de dobrinhas boas, e o melhor de tudo: é Feliz e não precisa de saber falar para eu saber, porque eu sinto!!!

A escolha do sexo



- Por: Lara Caetano -

E quem é que por aqui, enquanto grávida, nunca ouviu palpites sobre o sexo do bebé? Pois, né? Muitos palpites! "A barriga é redonda, vai ser uma menina!", "A barriga é bicuda, vai ser um rapaz!", "Ai eu quero um rapaz!", diz a sogra, "vai ser uma menina!", diz a avó materna.   

E nós? O que nós queremos? Será que podemos ter preferência? Acredito que sim, que podemos. Bem lá no fundo do nosso coração temos uma esperança que o nosso mundo se torne cor-de-rosa ou azul, mas muitas de nós não têm coragem para o admitir. Então usamos aquela velha frase, que não deixa de ser sentida e de ser o  mais importante: "oh, que venha com saúde". Porque será? Será medo da sociedade? Será porque ao admitirmos ter uma preferência estamos a ser más mães? O que vocês acham? 

Eu sonhava com um mundo cor-de-rosa, cheio de borboletas, flores, laços, vestidos, tudo o que caracteriza uma menina. A minha sementinha já tinha nome e eu tinha planos para o futuro. Queria tanto uma menina e estava certa de que era a Lea que me fazia companhia dentro de mim todos os dias. Não conseguia pôr a hipótese de ser um rapaz; na minha cabeça não conseguiria gostar tanto "dele" como já gostava da Lea. 

Chegou o temível dia, o dia em que aquele pequeno ecrã me revelaria o sexo do ser mais importante que carregava em mim. E... e.... e era um rapaz!!! Não havia dúvidas, não era nada tímido.  Chorei de alegria e emoção, mas assim que saí do consultório senti uma grande decepção. Amava-o na mesma, mas a decepção estava ali. Chorei durante 5 dias porque era um rapaz, porque a cor de que menos gostava era o azul, porque já não iria haver laços nem momentos de "mulheres". Queria desabafar o meu desapontamento mas ninguém me compreendia (amigas que não são mães). Como é que eu dizia a alguém que estava triste porque ia ter um rapaz? Tinha medo de ser julgada. Não sabia como iria afastar esse sentimento de mim.  

Sou mãe de um lindo menino carequinha de olhos redondos há quase 5 meses. Hoje o meu mundo é repleto de azul, carrinhos e aviões. Se o desejo de ter uma menina desapareceu? Não, não desapareceu, mas agora é o menino que reina no meu coração. O meu número 1, como se diz na minha família. 
Aqui há tempos a minha mãe perguntou-me: "Lara, ainda querias que fosse uma menina?"
Menina? Nem me lembro porque queria uma menina! Não o trocava por nada deste mundo. 

Se alguma futura mamã se revir neste post, só lhe queria dizer para não ficar triste nem ter medo de expor as suas vontades. Menino ou menina vai ser sempre o melhor das nossas vidas. 

Toda a gente tem sonhos e desejos.  

E tu, que sexo escolhes? ;)

E então? Como se vai chamar?

- Por Cristina Baptista-


Há interesses que temos e que não se explicam. Eu gosto de nomes desde que me lembro. Não sei de onde veio esta curiosidade, mas a verdade é que saber os nomes das pessoas, pensar sobre isso, ver como se ajustam (ou não) à personalidade, o que significam, etc. foi sempre uma parte importante da minha vida. Tenho o livrinho dos significados, visito blogues sobre esta temática, sigo de perto as tendências (ou não trabalhasse eu com recém nascidos) e consulto com alguma regularidade a lista dos nomes próprios permitidos em Portugal, que é actualizada com frequência pelo Instituto dos Registos e Notariado (IRN). É claramente um dos meus temas de conversa favoritos!
Oh por favooooor... estarão muitos a pensar. Para o que lhe havia de dar! Fiquei muito contente por descobrir que há imensa gente com este interesse particular, quer entre os meus amigos pessoais, quer no grupo que criámos, quer pela blogosfera. Aos interessados, visitem o Nomes e mais Nomes em http://nomesportugueses.blogspot.pt/.

No que a nomes diz respeito, as escolhas são quase sempre conservadoras. Basta consultar as listas dos TOP's nacionais para perceber que há um enorme consenso e que existe um conjunto de nomes comuns em determinada época que largamente se destacam dos restantes. Estamos na época da Maria, da Leonor, da Matilde, Mariana e Carolina. Do João, do Martim, do Francisco, Santiago, Tomás e do Pedro.

E se a maioria gosta deste consenso, o que dizer de quem prefere nomes menos comuns? Xiiiiiii, vou abrir a caixa de Pandora... Não é que não ache bonitos os nomes que estão agora na moda (Leonor foi sempre o meu favorito para menina até...virar moda.) Nada tenho contra quem gosta de um padrão, aliás, o meu marido é desta opinião, mas pura e simplesmente eu não consigo. Com tantos nomes bonitos, com significados lindos, porquê sermos monótonos? Porque não ser diferente? Porque não arriscar?
Respeito de igual forma quem escolhe um nome habitual e quem gosta de nomes "fora da caixa". Posso gostar mais ou menos, mas respeito todos. Como costumo dizer, eu gosto dos nomes do "baú". Nomes antigos, caídos em desuso, do tempo das trisavós. Para mim, são como as jóias empoeiradas e esquecidas a que basta dar uma limpeza e puxar pelo brilho.

Podem imaginar a saga que é escolher um nome para o nosso primeiro filho quando se sofre disto??? :)
Foi muito difícil chegar a uma decisão para a nossa menina. Ainda antes de conhecermos o sexo do bebé já havia várias hipóteses para ambos, mas a concórdia parecia impossível. Foi assim que optei por fazer duas listas com os nomes que mais gostava para menino e menina, de onde o meu marido seleccionou os que mais gostava (ainda hoje alvo de muita risota...). É claro que eu sempre torci abertamente pelos meus favoritos. Ele compreendeu-me, fizemos algumas cedências de parte a parte e assim surgiu a luz ao fundo do túnel (se bem que ele às vezes ainda torce o nariz e não sabe bem como embarcou na minha ideia).

Quando revelei a escolha confesso que estava à espera que a recepção fosse muito difícil. E não é que foi bastante fácil? É claro que houve estranheza, vozes discordantes, pedidos de "por favor não façam isso à criança", mas confesso que estava à espera de muito pior. E surpreendentemente para mim, foram muitos os que apreciaram, muita gente que genuínamente nos deu os parabéns pela escolha pouco usual (até na caixa do supermercado). Sabem que mais? Neste caso em particular, pouco importa. É agradável quando sentimos nos outros ressonância com aquilo que pensamos, mas se fosse isso que procurava, era muito mais fácil de obter se lhe tivesse chamado Maria (ou pelo menos, mais provável). Não era e nunca foi. O que tentei sempre foi dar-lhe um nome bem cimentado na cultura Portuguesa, que não fosse muito usual, nem demasiado "estranho", que tivesse um significado bonito e se conjugasse bem com os apelidos.

Curiosos? Em 2012, foram registadas 29 meninas com este nome (mais 15 que no ano anterior). É um nome derivado do latim e significa literalmente o "amanhecer", sendo o nome da Deusa romana responsável por este fenómeno. Significa ainda "o começo de algo novo". É belo, poético e para mim, perfeito.
A minha filha chama-se Aurora.
E os vossos? Contem-nos tudo!

"A daughter was born, and they called her Aurora. Yes, they named her after the dawn, for she filled their lives with sunshine."
Sleeping Beauty, Disney (1959) frame sketch.

Alegrias e tristezas...

- Por: Arménia Santos -

Este é o meu testemunho para poder confortar e ajudar mamãs que infelizmente passem pelo mesmo.

Um obrigada a toda a gente que secou as minhas lágrimas.

No dia 14 de Junho de 2013 pelas 4 da manhã, o teste confirmou a presença de um ser dentro de mim... Feliz, muito feliz... Impossível descrever o sentimento. Até dia 2 de Agosto tudo estava bem, mas nesse dia tudo desmoronou: eco primeiro trimestre e a translucência da nuca aumentada. Dentro do consultório a médica explicou e o meu coração parou. Quando saí não aguentei e as lágrimas começaram a cair... Não pode ser! Sentimento de revolta de tristeza, porquê a mim??? Um filho tão desejado... Não pode ser! Rastreio bioquímico, ter de esperar, esperar para saber o que estava a acontecer... Passou uma semana e o rastreio 'confirmou' probabilidade alta para trissomia 21... 1/197, dizem 'realmente é alta, mamã'. E agora o que posso fazer??? Amniocentese quando? Um mês, um mês à espera nesta angústia? Foi terrível, foi angustiante, foi... foi...

Contar aos avós? Não conseguimos. A irmã e a cunhada fizeram-no por nós; não aguentaríamos ver o primeiro impacto nas suas caras. Mas, quando o vimos depois, foi uma confusão de sentimentos sem explicação... Choro, abraço... Frases... 'vai correr tudo bem!'... Mas o medo, a tristeza... Como podia haver medo e tristeza??? Uma gravidez devia ser cheia de alegria, entusiasmo, felicidade!

Vivemos um mês ou sobrevivemos um mês à espera da amniocentese... É impossível descrever o que sentimos, momentos de desespero e momentos de esperança; dizia para mim mesma 'vai correr tudo bem, o nosso amor é grande, tem de estar tudo bem', mas no momento seguinte pensava e já não controlava as lágrimas que caíam... O que fazemos se a amniocentese confirmar??? O quê??? Com muito sofrimento vos digo que ambos concordámos... No momento a decisão passava pela minha cabeça e agora nem posso pensar nela.

O mês de desespero passou e chegou o dia da amniocentese... 3 de setembro pelas 9 da manhã estávamos na sala de espera e uma lágrima caiu pelo meu rosto... 'por favor, meu Deus, ajuda-me'... Força preciso de ti... Entrámos e tudo foi explicado... Sem dúvidas avançámos. A médica começa e diz 'já sabem que é um menino'... Penso que nem respirei durante todo o procedimento, apenas olhava para o meu marido e espreitava o monitor para ver o seu coração...

Quantos dias para o resultado??? Três, mais três dias de espera pelo resultado preliminar e 20 para o completo...
Com muita cama e miminhos de todos, três dias passaram...

O telefone toca... Chamada do laboratório e TUDO ESTÁ BEM... 'Mamã, o seu menino não tem nenhuma trissomia'.
As lágrimas caíam... À minha volta toda a gente chorava desalmadamente...
'É um menino', disse eu... Que alegria e choro e choro...!

Depois de confirmado, continuámos com exames, ecocardiogramas fetais... Tudo estava bem. Aos sete meses comecei com contracções e aos oito cama... Mas consegui aguentar até às 39 semanas.

Só descansei no dia que do meu ventre saíste... Agora, quando olho para ti e penso na gravidez, penso que tudo não passou de um susto... Amo-te, meu Rafinha!

Mãe pela 1ª vez aos... 38

fonte: Amber L Richards Photography

 - Por: Xana Neves -


Resolvi falar neste tema pois cada vez mais é frequente a maternidade tardia, seja por razões profissionais ou pessoais. No meu caso foram ambas.

A vida "dá muitas voltas" e a minha já deu mesmo muitas. Após um casamento falhado de quase 4 anos (sem filhos) e a nuvem negra do desemprego que já pairou várias vezes sobre mim, estou actualmente numa relação que começou há 4 anos. Ser Mãe foi desde sempre um forte desejo meu, mas o destino quis que fosse apenas agora, neste maravilhoso ano de 2014!

Sei que a notícia da minha gravidez veio causar algum espanto em muitas pessoas à minha volta; achavam que já não queria ter filhos, pela idade, porque o desemprego anda por aqui novamente e "com esta crise...". Mesmo assim decidimos avançar, e acreditem que, para meu espanto, foi bem mais rápido do que imaginei. Já tinha tentado engravidar no casamento anterior e nunca consegui. Estranho, não é? Acredito que nada acontece por acaso; já não tinha que ser naquela altura, mas sim agora com esta pessoa maravilhosa com quem partilho a minha vida e que escolhi para Pai da minha filha!

Assim que soube que estava grávida, entre os 1000 pensamentos que tive, pensei "foi agora, é desta, já tinha que ser!" e fiquei tão, mas tão feliz! Tinha conseguido realizar um sonho tão antigo! Quando fiz os exames e as análises antes de tentar engravidar, tive muitos medos, medo de ter problemas de infertilidade, medo de uma gravidez de risco, medo de um parto mais complicado e, acima de tudo, medo que o meu bebé tivesse algum tipo de problema/deficiência. Sabia que teria que fazer a tão temida Amniocentese, e acreditem que foi uma fase muito dificil! Desde que soube através do rastreio bioquímico que o risco para Trissomia 21 era elevado, até fazer o exame e depois saber os resultados passou exactamente 1 mês, o mês mais longo da minha vida! Graças a Deus que a voz do outro lado do telefone me deu uma boa notícia... e como chorei de alegria nesse dia! Só a partir daí, e já estava com 18 semanas de gestação, passei a viver a minha gravidez na plenitude!

Hoje a F. tem quase 5 mesinhos (os melhores da minha vida), o parto foi normal, nasceu às 39 semanas e 5 dias, não tive qualquer complicação na gravidez nem no pós-parto, tudo tranquilo e normal! Quanto ao meu corpo e suas alterações, também pensei muitas vezes que, devido à idade, poderia engordar mais e ter mais dificuldade em voltar ao meu peso habitual. Posso dizer-vos que engordei 14 Kg e após o 1º mês da F. (só nessa altura me voltei a pesar) já só tinha 3,5 Kg a mais!

Em relação à amamentação, que queria muito, tudo correu bem e ainda hoje amamento em exclusivo!

Desde que sou Mãe que, tal como todas vós, mais novas ou menos novas, o meu coração está sempre cheio com um Amor Maior, um Amor que não se traduz em palavras, apenas em sentimentos, emoções e kilos de miminhos que dou à F. a toda a hora!

Ser Mãe, mais cedo ou mais tarde, é a maior benção que nós Mulheres temos! Sendo assim, para as pessoas que ainda tenham alguma dúvida ou receio: não pensem, e avancem para este caminho de tanta Felicidade! Não sei se terei um segundo filho, embora gostasse muito, porque não sei o que a vida tem planeado para mim, mas acredito e espero que não seja a idade o impeditivo!

Costumo dizer que nunca me arrependo do que faço, mas apenas do que não fiz... e sim, hoje arrependo-me de não ter sido Mãe mais cedo, não por ver qualquer tipo de desvantagem em ser Mãe aos 38 anos, mas sim por não ter sentido antes este Amor Maior!

Um grande beijinho a todas e continuem por aqui!

Destralhar a Vida

- Por: Rita Rua - 

Desde que fui mãe pela primeira vez que penso muito no sentido da vida e no que me faz feliz. Não há nada que me faça mais feliz do que o tempo que passo com as minhas filhas. Mas infelizmente há sempre muitas coisas para fazer, em casa, no trabalho e mesmo nas actividades extra a que nos dedicamos no dia-a-dia.
Pensei muito e observei em que é que estava a desperdiçar o meu tempo precioso. Gastava maioritariamente em tarefas domésticas, a limpar coisas e muitas delas coisas sem utilidade, que já não eram usadas há muito tempo, coisas que não me fazem feliz, que ocupavam o espaço que eu precisava para as coisas das minhas filhas. Gastava também tempo a aceitar tarefas que não me davam prazer em fazer e das quais até podia prescindir. Sabem quando nos disponibilizamos demais para as outras pessoas e estas não nos dão o nosso devido valor? O meu tempo também era gasto com pessoas que não me interessavam, que tinham conversas que não contribuíam de forma alguma para o meu bem-estar, pessoas com as quais não me identificava. Com isto tudo instalam-se também os sentimentos que nós não queremos sentir, que queremos fora do nosso corpo. E foi assim que a palavra destralhar se instalou na minha vida.  

O que é destralhar?
Como sabes, nós somos feitos de energia, e a energia precisa de fluir para vivermos em harmonia e equilíbrio. Então, destralhar é retirar tudo o que nos faz desperdiçar tempo, tudo o que nos bloqueia os sentimentos, tudo que nos faz mal. É simplesmente deitar fora tudo o que não tem utilidade na nossa vida, libertar a energia estagnada. 

Como destralhar a casa?
É fácil, retira todos os objectos que não usas: roupa, bibelôs, tecnologia, tralhas, papéis, entre outros. Se não usas agora, é muito provável que não uses futuramente. Há sempre a desculpa do “Ah, mas posso vir a precisar”. Não! Não vais precisar! Para testar isto basta guardares alguns dos objectos de que não precisas agora numa caixa com a data de hoje e guardá-la bem guardada. Vais ver que te vais esquecer dela. Se não quiseres fazer o teste e optares por ser mais radical, dá, vende, troca, deita no lixo, faz o que achares melhor, mas retira a tralha da tua casa… Vais sentir-te tão bem! Quando pensares em comprar algo, pensa duas vezes: será mesmo que me vai facilitar a vida, ou será mais um mono para limpar? Impõe também a regra do “entra um, sai um”. 

Como destralhar as actividades que não me dão prazer a realizar?
Quantas e quantas vezes não fizeste tarefas que não querias fazer (no trabalho e fora dele) e para as quais não tinhas sequer obrigação? Que só aceitaste porque querias ser prestável. E nem estou a falar de voluntariado para ajudar causas, estou a falar de tarefas que aceitas só porque sim, porque queres agradar a terceiros. Pois bem, se não gostas dessas tarefas, passa a dizer NÃO, é muito importante aprender a dizer não. É bem mais simples não aceitares do que andares a torturar-te com o que não te compete fazer. 

Como destralhar as pessoas?
Gostas de estar rodeado de muitas pessoas? De mandar conversa fora? Conversas sem interesse, sem objectivo e sem nada a aprender… É sempre bom podermos dizer que temos muitos amigos e que nos damos bem com todas as pessoas e etc. Mas não é bem assim, há sempre pessoas com as quais não nos identificamos e nos damos ao trabalho de manter e inventar um tema conversa, só para não existir aquele silêncio incomodativo. Esquece isso, não finjas aquilo que não sentes. Se não gostas da pessoa e essa pessoa não te faz bem, afasta-te, não faças conversa, retira-a da tua vida. Se não for possível afastares-te dela fisicamente, afasta-te apenas psicologicamente. Vais ver que vai fazer uma enorme diferença na tua vida. 

Como destralhar os sentimentos?
Tudo o que acumulaste até agora, que não te faz bem (objectos, tarefas, pessoas…) vai influenciar claramente os teus sentimentos de forma negativa (cansaço, desânimo, depressão, fracasso...). É mesmo isso que queres? Claro que não. E por isso,  sempre que te sentires assim faz algo que gostes de fazer, sai de casa, faz desporto, fala com pessoas positivas e que te fazem bem… Obriga-te a isso, para poderes viver em pleno contigo mesma. Sê feliz!

domingo, 20 de julho de 2014

Amamentação e aleitamento - as nossas experiências #7


Quando estava grávida, o meu maior medo era o parto. Morria de medo que algo corresse mal comigo e/ou com o bebé. Relativamente à amamentação nunca tive nenhum receio. Sempre achei que iria colocar o bebé na mama e ele iria mamar. Tão simples quanto isso.

Frequentei aulas de preparação para o parto com uma Conselheira em Aleitamento Materno, e, com toda a informação que tinha, achei que estava preparada para amamentar o meu filho, que iria ser lindo e maravilhoso.

Dizem-nos que amamentar é amar, somos boas mães se amamentarmos os nossos filhos.

Pois bem, não foi nada disso que aconteceu...

O meu bebé nasceu mais cedo, com 36 semanas, e ficou na incubadora, afastado de mim. Durante esse tempo o meu peito encaroçou imenso. Quando ele veio ter comigo coloquei-o na maminha, mas por mais que ele se esforçasse o leite não saía. Tentei tudo o que as enfermeiras diziam para fazer: ocitocina, banhos quentes com massagens, fui à bomba, colocava sempre o bebé na maminha, colocaram-me seringas para puxar os mamilos e nada funcionava. O leite pura e simplesmente não saía.

Sempre que era hora de ele comer eu entrava em pânico, era uma tortura de dor, de angústia. Doía tanto que as lágrimas me caíam sem eu dar por isso. Ganhei febre e os meus peitos ficaram gigantescos de tal forma que me chamavam Pamela Anderson. Preferia ter tido outro bebé a ter de passar por aquelas dores novamente. Foram insuportáveis. Tive de tomar medicação para secar o leite.

Fiquei de rastos. Eu não iria amamentar o meu filho, eu que tanto queria. Senti-me a pior pessoa do mundo. Achei que ele iria ficar doente e sem defesas por minha culpa. Senti-me culpada, um monstro. Achei que estava a ser uma mãe horrível.

Mais uma vez tentei novamente amamentá-lo. Comprei um sistema de relactação e em todas as mamadas lhe dava o leitinho utilizando aquele sistema. Entre as mamadas estimulava com a bomba (inclusive durante a noite). Foi muito muito cansativo. O máximo que saía eram umas gotinhas e eu senti que estava a dar mais importância às mamas que ao meu filho. Não estava a ser a mãe que ele merecia.

E ficámos pelo biberão.

Dou-lhe o leitinho no biberão com todo o amor do mundo e ele olha nos olhos para mim como se eu fosse o seu mundo. E faz o mesmo com o pai e com os avós. Agora bebe o leitinho e dá-nos festinhas, é um dos nossos momentos mágicos.

Posteriormente falei com a minha obstetra e com a pediatra do meu filho, e ambas me disseram para não me preocupar, que ele estaria protegido até aos 6 meses com as defesas que adquiriu no útero, como todos os bebés, amamentados ou não. E felizmente nunca ficou doente e nunca teve cólicas.

Eis o que aprendi: amamentar não é amar, amamentar é alimentar. É alimentar com o melhor dos alimentos mas é alimentar. As mães que não podem, não querem ou não conseguem não amam menos os filhos por isso. Há quem não queira amamentar. Há quem queira e consegue. Há quem não consegue, tenta e consegue. E há quem não consegue, tenta e não consegue. Todas têm de ser respeitadas. Eu queria tê-lo amamentado e ainda hoje penso nisso, é como algo que me foi roubado, queria ter sido eu o seu alimento, o sermos só um durante mais tempo. Infelizmente não deu. Mas amor, esse, é dado a toda a hora. O amor não se mede pelas mamas :)

Muda tudo...até a sala!


- Por: Joana Cunha -

Há pouco estava eu na varanda a apanhar umas roupas (mas que raio de Verão é este?), e pelo vidro espreitei a Leonor que deixei  na espreguiçadeira a ver a Selva Sobre Rodas (adora!) e apercebi-me de como a minha sala estava diferente depois da chegada dela. Uma espreguiçadeira, uma cadeira de refeições, mantas,  babetes, um lençol só dela que coloco no lugar do sofá em que fica deitada, o biberão do chá que ainda lhe ia dar, o ginásio, o Gato Chico, o Senhor Morango, o Macaco Cid Banana (todos os brinquedos têm nome até aqui, será sempre assim?), o mordedor e outros brinquedos mais, a TV no Disney Junior, porque já pouco se vê outros canais...

Nunca mais a minha sala esteve realmente arrumada como antes a conseguia ter. Aliás, antes a desarrumação era outra: revistas, livros, uma manta ou outra para o imenso tempo que tínhamos livre para estar enroscados... Agora, se há revista é a "Pais e Filhos" ou alguma semelhante... De resto, só se vê o colorido das coisas da bebé.

Contem-me, mães, a tendência é para piorar, certo?
Mas sabem, as revistas, mantas e afins pareciam-me desarrumação, mas as coisas da bebé não me parecem desarrumação! Está tão cheia de vida, a minha sala... tão cheia de cor, de alegria, de movimento... pêra no chão que não vi cair, sopa na cadeira... Sim, de tudo um pouco, mas eu gosto tanto da minha "nova" sala! 

A Leonor tem pouco mais de 5 meses. Será que vou sempre gostar da minha sala assim ao longo da infância dela? Espero que sim! Prometo comprar caixinhas e baús e ensiná-la a arrumar uma metadinha que seja no fim da brincadeira... A outra metade pode ficar, que quero cor, quero conhecer a dor de calcar um lego em adulta (sei que consegue ser das piores do mundo mas eu quero tudo isso!). Bom, talvez dispense pianinhos, xilofones e bonecos irritantemente cantantes :)

Preparem-me para o futuro, mães, contem-me como é convosco, por favor! :)