quarta-feira, 23 de julho de 2014

A gravidez - Mamã a duplicar.

_ Por: Regina Freitas _ Mãe dos gémeos


Redigi e apaguei várias vezes, até conseguir tentar expressar por palavras o quão fantástico foi estar grávida, pois é algo tão grandioso, é todo um misto de sentimentos e emoções...

É todo um mundo desconhecido, é um mar de suposições e de receios, é o criar de um laço tão grande com uma pessoinha que está a crescer dentro de nós, tão frágil, tão dependente dos nossos actos.

É impressionante o amor que nasce desde cedo pelo nosso bebé, sem nunca o termos conhecido realmente, mas sabendo que está lá, no nosso ventre, a crescer mais um pouco todos os dias, a alimentar-se através de nós, a sentir o que sentimos. 

Foi indescritível ler o positivo no teste digital da Clearblue "Grávida 3+", ou seja, mais de 5 semanas. Fiz o teste sozinha e depois corri para o quarto e acordei o meu mais-que-tudo para lhe mostrar o nosso feito. Chorei e nem queria acreditar que este teste era positivo, mas até fazer a Eco tive algumas dúvidas... poucas, mas tive.

E a primeira vez que os vi? Sim, "os", os meus meninos, os meus gémeos. Ver primeiro um, e depois saber que existia outro serzinho, dois feijõezinhos. Nunca imaginei que poderia abrigar cá dentro duas vidas, confesso que a lágrima caiu descontrolada. 

Sim, estava grávida e eram dois bebés. Mas, dois bebés? Inacreditável, mas fantástico... Até àquela data, aquele tornara-se o melhor momento da minha vida, e em circunstância alguma fiquei desgostosa, triste ou preocupada com o facto de serem dois. Digo isto porque posteriormente li vários testemunhos de grávidas de gémeos que diziam que até desejaram que o segundo saquinho desaparecesse... Eu nunca seria capaz de desejar tal coisa, nunca! Desejei tanto engravidar, chorei tanto sempre que algum teste dava negativo... Mas atenção, não estou a criticar quem teve estes pensamentos, pois não tenho o direito de julgar o que qualquer outra pessoa sente.

E o Papá? Tão radiante ficou... Os olhos dele brilharam a olhar o ecrã, e perguntou se era mesmo, se o médico tinha mesmo certeza. Adorei a reação dele e naquele momento amei-o ainda mais.

Lembro-me que nesse dia à noite, quando estava sozinha, olhei a minha barriga ao espelho, coloquei ambas as mãos sobre ela e pensei que era mesmo verdade, que estava grávida e que tinha dois bebés cá dentro.

E a primeira vez que os senti? Sim, foi fantástico, um momento perfeito, até um tanto ou quanto estranho, sentir um xutinho de dentro para fora, mas foi lindo! É dificil tentar explicar a emoção que senti naquele momento. 

Adorei decorar com o papá o quartinho deles com o tema do Winnie the Pooh, pintar as paredes, a montagem dos berços, arrumar os cremes no armário, arrumar as roupinhas na cómoda. Este passo era muito importante para mim, talvez porque assim sentisse que era tudo real, era uma forma de tornar mais concreta a chegada dos bebés. O meu mundo tornou-se realmente azul.

Creio que estar grávida é uma das fases mais bonitas que uma mulher poderá ter na sua vida. Ver a barriga crescer de dia para dia, a roupa a deixar de servir, o peito a aumentar, os pés a inchar e arrumar as sandálias no armário pois já não servem, e ficar à espera que chegue o frio para calçar as botas de Inverno, mas depois verificar que a maioria também não serve. Subir à balança e ver o peso a aumentar, mas não se aborrecer pois é por uma boa causa, no meu caso, duas boas causas.

Embora o final da gravidez tenha sido demasiado atribulado e nada tenha corrido segundo o planeado, estar grávida e abrigar duas vidas dentro de mim foi fantástico, foi maravilhoso, e senti-me Mãe desde o primeiro momento.




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