sexta-feira, 18 de julho de 2014

Amamentação e aleitamento - as nossas experiências #2

Por Filipa Serrão - mãe da Clara e da Isabel

Tenho duas filhas e duas experiências completamente opostas. Ao segundo achamos que já vamos preparadas para tudo, que já conhecemos os truques e os problemas. Como tudo, às vezes a vida prega-nos rasteiras :)
Em 2010, quando tive a Clara, não sabia nada. Disseram-me que a coisa fluía naturalmente e eu fui na conversa. Ela pegou bem desde o início, não houve grandes gretas e nunca senti uma subida de leite. Espectacular supostamente. Engordava bem, dormia mais ou menos mas mamava como se o mundo fosse acabar amanhã e a fossem submeter a um jejum prolongado...! De duas em duas horas, às vezes menos! E chegava a estar 45 minutos a mamar, o que significava que daí a 1h e pouco retomávamos a maratona. Fiquei muito cansada, questionava o leite (obviamente!) porque ela não me dava descanso. Por volta dos 3 meses não sei o que se passou e começou a magoar-me. Lembro de amamentar com as unhas cravadas no sofá e as lágrimas a cair. Felizmente passou. Terá sido uma má pega? Não fazia ideia, era completamente inexperiente e ela era uma bola, logo eu estava a cumprir com o que era suposto. Pareciam facas... Nem é bom lembrar! Mas depois calejou e nunca mais doeu.
A Clara mamou até aos 15 meses e meio. Primeiro largou de manhã e por fim antes de dormir. Não insisti e ela não voltou a procurar. Foi sempre um percentil 90 de peso, sobretudo na altura em que foi amamentada em exclusivo.

A Isabel era mais pequenina, já quando nasceu. Pegou bem, tudo ok, continuei sem sentir subidas de leite, sem ter leite em excesso, mas as dores... Senhores as dores que ela me causava! Tudo em sangue e eu já chorava por antecipação. E a perda imensa de peso, nada a ver com a irmã. Fomos insistindo e amamento até hoje, aos 5 meses e meio dela, já com a introdução de alguma alimentação sólida porque o ganho de peso nesta bebé foi sempre nos mínimos. Se a irmã era uma bola no seu percentil 90, esta concorre para a elegância no seu percentil 25 mantido a custo. E mama só quando tem fome, nada a ver com a minha primeira bolinha :) 

Desta vez fiz uso de tudo o que havia: mamilos de silicone e etcs. Ah e tal porque enganava o bebé e tinha era que corrigir a pega. Claro que sim, racionalizar com uma recém mãe cheia de sangue no peito e a chorar de dores faz todo o sentido :/ tentei corrigir mas usei-os 3 dias, não mais, até porque engolia algum ar e eu não queria potenciar as cólicas ainda inexistentes. Mas foram 3 dias milagrosos para sarar o peito, deixar calejar e fazer com que eu não desistisse. Porque teria desistido porque as dores eram insuportáveis :(

Aqui continuamos, com duas experiências tão diferentes. Na 1ª em que bastei, em que fui único alimento numa criança notoriamente gordinha. Na 2ª já tive de fazer uso de alguns biberões de LA, mais do que desejaria, porque o meu corpo não respondeu a tempo e não adaptou a produção e ela chorava com fome. 

Continuaremos para lhe dar tudo o que houver, quando houver. Sobretudo para passar anticorpos na eminente entrada na creche. 

Mas sempre me ouvirão dizer que mais vale um biberão com amor do que uma mama com sacrifício :) mãe feliz = bebé feliz e isso é o mais importante de tudo!

1 comentário:

Hoje Vou Casar Assim disse...

É tão bom termos aqui testemunhos tão diferentes! E conhecer a experiência de uma mãe de 2a viagem é uma mais-valia :)