sábado, 19 de julho de 2014

De volta ao trabalho!




- Por: Sandra Monteiro - 

Este post pode tornar-se longo, desde já as minhas desculpas pelo testamento.

Olá a todos/as! Hoje falarei aqui da minha experiência de como foi voltar ao trabalho. Tal aconteceu na passada quinta-feira... Mas, antes de falar disso, deixem-me voltar atrás uns anos, mais precisamente cerca de 5 anos. Quando tive o meu primeiro filho, o regresso ao trabalho foi tudo menos uma pêra doce. Antes de mais nada não foi fácil pensar que tinha que deixar o meu bebé tão pequenino nas mãos de alguém que não conhecia. Não ficou numa ama, ficou mesmo num berçário, fez os dias de adaptação, correu tudo muito bem, nunca chorou, aliás, ele e a irmã são uns verdadeiros escancarados, assim que vêem a educadora, vão logo para ela, sem choros, nem birras... o meu coração na altura é que ficou destroçado.

Era um misto de emoções, se por um lado sentia-me culpada por deixá-lo lá (qual depósito de bebés... sim, que os infantários podem ter muito bom ar e ter educadoras fantásticas, mas não passam de depósitos de bebés...), por outro lado, para bem da minha sanidade mental, precisava mesmo de ir trabalhar.
Porquê?
Porque precisava de dinheiro. Porque nunca tive capacidade para ser "mãe" e "dona de casa" a 100 %. Mesmo que um dia ganhe o totoloto, ou que tenha de estar em casa por um outro motivo, não conseguirei estar muito tempo, terei que arranjar algo para fazer, antes que dê em maluquinha...
Pronto, é agora que muitos me vão linchar de vez, mas a realidade é efectivamente esta. Preciso de fazer alguma coisa, de me sentir útil, de stressar, de ver e falar com pessoas... Gosto do que faço (faço apoio ao cliente numa grande empresa), em que o nível de stress bate todos os recordes, mas é isto! Preciso de trabalhar!

Quando voltei estava num outro departamento da empresa, quando algo de estranho aconteceu... e também não me vou alongar com muitas milongas, mas o que é certo é que, sem grandes razões, foi-me dado a entender que já não fazia parte daquela equipa e regressaria basicamente à estaca zero. Havia ainda a agravante de que me queriam por a aprender como se tivesse esquecido tudo o que já sabia até então. Fui aos arames! Estive grávida, fui mãe, mas não fiquei burra de repente! A prova disso é que, menos de uma semana depois, já ocupava o meu posto de trabalho... 

E conto esta história para chegar onde?
Quantas e quantas mães não passam por situações parecidas, se sentem de pés e mãos atados e apenas se limitam a aceitar, sem grandes escolhas? Isto é quando não perdem o próprio emprego, simplesmente porque decidiram ser mães!

Desta vez, nada disso aconteceu, apenas mudei o meu local de trabalho, passei a gastar mais tempo, mais dinheiro em transportes. Em jeito de compensação, estou num sitio fantástico, com o rio aos nossos pés, em que à hora de almoço posso inspirar-me dando pequenos passeios e expirar pequenos grandes momentos de tranquilidade...

Desta vez, Mea Culpa, não me senti culpada por deixar a Carolina aos cuidados da mesma educadora; sei que ela é uma pequena guerreira, e, quando ao fim do dia a vou buscar, o sorriso vale por todo o tempo perdido em transportes. Quando vou buscar o Vicente, aquela alegria esfuziante dele vale por tudo o resto.

Quero deixar aqui uma palavra de coragem a todas as mamãs que ainda estão em casa, umas porque estão desempregadas, outras que ainda estão a gozar o resto da licença, e para todas as outras mamãs; é muito difícil, mas tentem enfrentar esta guerra com unhas, dentes, com todas as vossas armas!

Um dia os vossos filhos vão agradecer-vos! Um bem-haja a todas! E continuem a ler este nosso cantinho!

5 comentários:

Joana Cunha disse...

O que tem que ser tem muita força não é? :) mas que deve doer, deve, muito!

Lua disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Lua disse...

Percebo-te e não te cruxifico! Eu também não tenho perfil de mãe e dona de casa perfeita! A minha licensa acabou e voltei ao fundo de desemptego, mas já há muito que procuro. Por outro lado deixa-la dá-me a volta a cabeça...

Lua disse...

Percebo-te e não te cruxifico! Eu também não tenho perfil de mãe e dona de casa perfeita! A minha licensa acabou e voltei ao fundo de desemptego, mas já há muito que procuro. Por outro lado deixa-la dá-me a volta a cabeça...

Lua disse...

Percebo-te e não te cruxifico! Eu também não tenho perfil de mãe e dona de casa perfeita! A minha licensa acabou e voltei ao fundo de desemptego, mas já há muito que procuro. Por outro lado deixa-la dá-me a volta a cabeça...